“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”: o caminho das águas na catalisação social no Brasil Colonial

Autores

  • Claudia R. Plens Departamento de História, Escola de Filosofia, Letras e Ciencias Humanas, Universidade Federal de São Paulo
  • Vagner Carvalheiro Porto Museu de Arqueologia e Etnologia,Universidade de São Paulo.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2016.119017

Palavras-chave:

Arqueologia do Colonialismo, mineração, mão de obra escrava indígena, Arqueologia do Movimento, Arqueologia do sagrado.

Resumo

Entre serras, montanhas e uma rede de bacias hidrográficas, Guarulhos possui caminhos naturais que permitiram a movimentação da colonização europeia para a exploração humana e de seus recursos minerais. Ademais das rotas naturais, remanescentes arqueológicos da mineração de Guarulhos, SP, datados de acordo com dados históricos a partir de 1590, indicam um grande empenho por meio de trabalho humano, sobretudo indígena, na construção de reservatórios e canais como objetivo de se explorar o ouro. A região onde se encontra atualmente o município de Guarulhos é um importante ponto para se compreender as primeiras formas de contato durante a colonização portuguesa e sua interação com grupos indígenas e suas estratégias para expansão territorial. O objetivo deste artigo é apontar como o empreendimento de mineração vem implicando no comportamento de diversos segmentos da sociedade guarulhense, desde o início deste ciclo econômico até os dias atuais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Claudia R. Plens, Departamento de História, Escola de Filosofia, Letras e Ciencias Humanas, Universidade Federal de São Paulo
    Departamento de História, Escola de Filosofia, Letras e Ciencias Humanas, Universidade Federal de São Paulo

Referências

Ab’Saber, A. 2007. Geomorfologia do sítio urbano de São Paulo. Edição fac-similar – 50 anos. Cotia – SP: Ateliê Editorial.
Alcock, S.E.; Cherry, J.F.; Davis, J.L. 1994. Intensive survey, agricultural practice and the landscape of Classical Greece. In: MORRIS, I. (Ed.). Classical Greece: Ancient Histories and Modern Archaeologies. Cambridge:
Cambridge University Press: 137-70.
Alcock, S.E. 2002. Archaeologies of the Greek Past: Landscapes, Monuments, and Memories. The
W. B. Stanford Memorial Lectures. Cambridge: Cambridge University Press. Anschuetz, K.F.; Wilshusen, R. H.; Scheick, C. L. 2001. An Archaeology of Landscapes. Perspectives and directions. Journal of Archaeological Research, v. 9 (2): 157-211.
Beaudry, M.; Parno, T. (Eds.). 2013. Archaeologies of Mobility and Movement. New York: Springer. Feinman.
Bowser, B.J.; Zedeño, M. N. 2009. The Archaeology of Meaningful Places. Salt Lake City: University of Utah Press.
Brown, L.A. 2004. Dangerous places and wild spaces: creating meaning with materials and space at contemporary Maya shrines on El Duende Mountain. Journal of Archaeological Method and Theory, 11(1):
31-58.
Carl, P. City as Image versus Topography of Praxis. 2000. Cambridge Archaeology Journal,
10 (2): 328-355.
Carmichael, D.L.; Hubert, B.R.; Schanche, A. (Eds.). 1994. Sacred Sites, Sacred Places. One World Archaeology, 23, London: Routledge.
Carroll, A.K.; Zedeño, M.; Stoffle, R.W. 2004. Landscapes of the ghost dance: a cartography of Numic ritual. Journal of Archaeological Method and Theory, 11(2): 127-156.
Crumley, C.L.; Marquardt, W.H. 1987. Regional Dynamics: Burgundian Landscapes in Historical Perspectives. San Diego – New York: Academic Press.
Deetz, J. 1990. Landscapes as cultural statements. In: Kelso, W.M.; Most, R. (Eds.)
logy. Charlottesville and London: University Press of Virginia: 2-4.
Earle, T. 2006. Routes through the Landscape: A comparative Approach. In: Snead, J.E. et al. (Eds.). Landscapes of Movement. Trails, Paths, and Roads in Anthorpological Perspective. University of Pennsylvania Museum of
Archaeology and Anthropology: 253-270.
Feld, S.; Basso, K.H. (Eds.). 1996. Senses of Place. Santa Fe, N. M. School of American Research Press.
Fischer, C.T.; Thurston, T.L. (Eds.). 1999. Special Section: Dynamic Landscapes and Socio-political Process: The Topography of Anthropogenic Environment in Global Persptive. Antiquity 73: 630-88.
Hirsch, E.; O’Hanlon, M. (Eds.). 1995. The Anthropology of Landscape. Oxford: Oxford University Press.
Instituto Geográfico e Geológico. 1950. Ocorrências Minerais do Estado de São Paulo. v. 1. Municípios de S. Paulo, Santana do Paraíba, Barueri, Franco da Rocha, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Suzano e Poá. Secretaria da Agricultura, São Paulo: 105.
Jordan, K. 2009. Colonies, Colonialism and Cultural Entaglement: The Archaeology of Past-Columbian Intercultural Relations. In: Majewski, T.; Gaimster, D. (Eds.). International Handbook of Historical Archaeology. New York: Springer: 31-49.
Juliani, C.; Beljavskis, P.; Juliani, L.J.C.O. 1995. “As mineralizações de ouro de Guarulhos e os métodos de sua lavra no período colonial.” Geologia Ciência – Técnica, 13: 8-25.
Knapp, A.B.; Ashmore, W. 1999. Archaeological landscapes: Constructed, conceptualized, ideational. In: Ashmore, W. and Knapp, A.B. (Eds.). Archaeologies of Landscape: Contemporary Perspectives. Blackwell Publishers, Malden, MA: 1-30.
Kormikiari, M.C.N. 2014. Arqueologia da Paisagem. Laboratório de Estudos da Cidade Antiga do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Disponível em https://labeca.mae.usp.br. Acesso em: jan./fev. 2015.
Layton, R.; Ucko, P. (Eds.). 1999. The Archaeology and Anthropology of Landscape. Shaping our Landscape. London: Routledge.
Marcolin, R. 2013. A arqueologia da paisagem como instrumento de conhecimento do território. Disponível em http://www.citcem.org/. Acesso em: fev. 2015.
Monteiro, J.M. 1998. Negros da terra. Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras.
Orejas, A. 1991. Arqueología del paisaje: história, problemas e perspectivas. Archivo español de arqueología, 64 (163/164): 191-230.
Pearson, M. 1983. “All that glisters...”: assessing the heritage significance of mining places. Australian Historical Archaeology, 13: 3-10.
Pearson, M.; McGowan, B. 2000. Mining Heritage Places Assessment Manual. National Trust and the Australian Heritage Comission, Canberra.
Pérez- Aguilar, A.; Juliani, C.; Barros, E. 2012. Reconstituição do sistema de transporte de água associado à lavra de ouro durante o período colonial nos arredores de Guarulhos, SP, Brasil. Revista do Instituto Geológico, São Paulo, 33 (1): 1-22.
Pérez- Aguilar, A.; Juliani, C.; Barros, E.; Andrade, M.R.M.; Oliveira, E.S.; Braga, D.;
Santos, R.O. 2013. Archaeological Gold Mining Structures from Colonial Period Present in Guarulhos and Mairiporã, Sao Paulo State, Brazil. Geoheritage, V. 5: 87-105.
Plens, C.R. 2015 Projeto de Inventário e Pesquisa
Arqueológica - PIPAG. Relatório Final. FAPESP/Condephaat/Sec.
R. Museu Arq. Etn., 26: 95-114, 2016
Stewart, A.M.; Keith, D.; Scottie, J. 2004. Caribou crossings and cultural meanings: placing traditional knowledge and archaeology in context in an Inuit landscape. Journal of Archaeological Method and Theory, 11(2): 183-212.
Vilardaga, J.C. 2013. As controvertidas minas de São Paulo (1550-1650). In: Varia Historia, Belo Horizonte, v. 29 (51): 795-815.
Whitridge, P. 2004. Landscapes, houses, bodies, things: place and the archaeology of Inuit imaginaries. Journal of Archaeological Method and Theory, 11(2): 213-50.
Würst, L. 1991. Employees Must Be of Moral and Temperate Habits. Rural and urban elites ideologies. In: McGuire, R.; Paynter, R. (Eds.). The Archaeology of Inequality. London: Basil Blackwell: 125-149.
Rapoport, A. 1978. Aspectos humanos de la forma urbana. Barcelona: GG.
Rapoport, A. 1982. The Meaning of Built Environment: a Non-verbal Communication Approach. University of Arizona Press.
Silliman, S. 2010. Indigenous traces in colonial spaces. Journal of Social Archaeology, v. 10 (1): 28-58.
Snead, J.E. 2009. Trails of Tradition: Moment, Meaning, and Place. In: SNEAD, J. E. et al. (Eds.). Landscapes of Movement. Trails, Paths, and Roads in Anthropological Perspective, University of Pennsylvania Museum of
Archaeology and Anthropology: 42-60.
Stewart, P.J.; Strathern, A. 2003. Landscape, Memory and History: Anthropological Perspectives. London: Pluto Press.

Downloads

Publicado

2016-08-13

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”: o caminho das águas na catalisação social no Brasil Colonial. (2016). Revista Do Museu De Arqueologia E Etnologia, 26, 95-114. https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2016.119017