O Programa Univesp e a expansão do ensino superior público paulista
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i78p58-66Resumo
A expansão educacional de um país possui forte influência sobre o seu desenvolvimento social e econômico, aumenta a produtividade do trabalho, traz crescimento econômico, melhora os salários e diminui a pobreza. Nesse cenário, o ensino superior se torna cada vez mais importante. Embora se considere a educação em tese um bem “intransferível”, sua redistribuição é mais factível do que a maioria dos ativos fixos. Daí a conclusão de que a expansão da educação no Brasil é essencial para a redução da desigualdade e da pobreza, além de fomentar o crescimento econômico. Estima-se, a propósito, que a eliminação do atraso educacional do Brasil em relação aos outros países permitiria uma elevação da renda per capita entre 15% e 30%. Conclui-se, também, que a origem da pobreza no Brasil não está na escassez relativa ou absoluta de recursos, mas na forma como tal riqueza é distribuída. Assim, a desigualdade de renda no país decorre também do baixo grau de oportunidades de inclusão econômica e social de boa parte da população. A desigualdade de oportunidades educacionais explica cerca de 45% da desigualdade de renda entre as pessoas situadas na base, em contraposição às do alto da pirâmide social brasileira. A forte influência da desigualdade de escolaridade sobre a desigualdade de renda é confirmada também pela acentuada curva de retornos (benefícios em termos de remuneração) por ano de escolaridade no Brasil.
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