Elementos para a análise da baixa inovatividade brasileira e o papel das políticas públicas

Autores

  • Fernanda De Negri Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i93p81-100

Palavras-chave:

determinantes da inovação, estrutura produtiva, escala de produção.

Resumo

Este ensaio procura levantar algumas hipóteses estruturais para o baixo desempenho inovativo da economia brasileira. Na primeira seção, mostramos alguns indicadores recentes sobre o desempenho inovativo do país argumentando que, apesar dos avanços em relação aos padrões históricos brasileiros, nossa posição em relação ao resto do mundo não tem se alterado. A partir de uma breve revisão da literatura teórica sobre os determinantes da inovação, procuramos mapear quais os principais gargalos no caso brasileiro. Argumentamos que um dos principais gargalos ao processo de inovação da economia brasileira é uma estrutura produtiva em que é muito raro se aliar intensidade tecnológica e escala de produção em empresas de capital nacional. Por fim, a última seção aponta algumas das dificuldades das políticas industriais e tecnológicas, no período recente, para fazer frente a esses gargalos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Fernanda De Negri, Universidade Estadual de Campinas

    Doutora em Economia pela Unicamp, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e diretora da Assessoria de Acompanhamento e Avaliação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. 

Referências

ABDI. Sondagem de Inovação. Brasília, terceiro trimestre de 2011. AC S, Z. J.; AUDRETSCH, D. B. “Innovation, Market Structure, and Firm Size”, in The Review of Economics and Statistics, v. 69, no 4, 1987, pp. 567-74.

ARROW, K. “Economic Welfare and the Allocation of Resources for Invention”, in Harold M. Groves, Chairman, Universities-National Bureau Committee for Economic Research. The Rate and Direction of Inventive Activity: Economic and Social Factors. National Bureau of Economic Research, 1962, pp. 609-26.

BERNARDES, A. T.; ALBUQUERQUE, E. M. “Cross-over, Thresholds, and Interactions Between Science and Technology: Lessons for Less-developed Countries”, in Research Policy, v. 32, no 5, 2003, pp. 865-85.

BOUND, J.; CUMMINS, C.; GRILICHES, Z.; HALL, B. H.; JAFFE, A. “Who Does R&D and Who Patents?”, in Working Paper n. 908. National Bureau of Economic Research (NBER), jun./1982.

BRESCHI, S.; MALERBA, F.; ORSENIGO, L. “Technological Regimes and Schumpeterian Patterns of Innovation”, in The Economic Journal, v. 110, 2000, pp. 388-410.

CAVALCANTE, L. R. M. T; DE NEGRI, F. “Pintec 2008: Análise Preliminar e Agenda de Pesquisa”, in Boletim Radar, no

, dez./2010.

CHAVES, C. V.; PÓVOA, L. M. C. “Caracterização da Rede de Ciência e Tecnologia no Brasil”. 2009 (mimeo.).

CIMOLI, M.; KATZ, J. “Structural Reforms, Technological Gaps and Economic Development: a Latin American Perspective”, in Serie Desarrollo Productivo, no 129, Santiago, Cepal, 2002.

COHEN, W. M.; LEVIN, R. C.; MOWERY, D. C. “Firm Size and R&D Intensity: a Re-Examination”, in The Journal of Industrial Economics, v. 35, no 4, 1987, pp. 543-65.

DAGNINO, R. “Inovação: o Problema Não É Falta de Dinheiro”, in Folha de S. Paulo, 15 de março de 2012.

DENEGRI, F. et al. “Perfil das Empresas Integradas ao Sistema Federal de CT&I no Brasil e aos Fundos Setoriais: uma Análise Exploratória”. 2010 (mimeo.).

DENEGRI, F. Investimento Direto e Transferência de Tecnologia: Argentina, Brasil e México. Tese de doutorado apresentada à Universidade Estadual de Campinas. Campinas, Instituto de Economia da Unicamp, 2007.

DENEGRI, F.; RIBEIRO, L. C. “Tendências Tecnológicas Mundiais em Telecomunicações”, in Boletim Radar, no 10, Ipea, out./2010.

DE NEGRI, J. A. et al. Poder de Compra da Petrobras: Impactos Econômicos nos Seus Fornecedores. Brasília, Ipea, 2011.

DO SI, G. “Opportunities, Incentives and the Collective Patterns of Technological Change”, in The Economic Journal, v. 107, no 444, 1997, pp. 1.530-47.

.“Sources, Procedures and Microeconomic Effects of Innovation”, in Journal of Economic Literature, v. 26, 1988, pp. 1.120-71.

ERBER, F. S. “Perspectivas da América Latina em Ciência e Tecnologia”, in Parcerias Estratégicas, no 8, 2000.

FOSS, N. J. Resources, Firms, and Strategies: a Reader in the Resource-based Perspective. Oxford, Nova York, Oxford University Press, 1997.

FREEMAN, C. “Critical Survey: The Economics of Technical Change”, in Cambridge Journal of Economics, v. 18, 1994, pp. 463-514.

GILBERT, Richard J.; NEWBERY, David M. G. “Preemptive Patenting and the Persistence of Monopoly”, in The American Economic Review, vol. 72, no 3, jun./1982, pp. 514-26.

GRABOWSKI, H.; VERNON, J. “The Determinants of Pharmaceutical Research and Development Expenditures”, in Journal of Evolutionary Economics, v. 10, 2000, pp. 201-15.

HALL, B. H. “Investment and Research and Development at the Firm Level: Does the Source of Financing Matter”, in Working Paper n. 4096. National Bureau of Economic Research (NBER), jun./1992.

KATZ, J. “Cambio Estructural y Capacidad Tecnológica Local”, in Revista de la Cepal, no 89, agosto/2006, pp. 59-73.

KHÜN, T. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo, Perspectiva, 1991.

KLEVORICK, A. K.; LEVIN, R. C.; NELSON, R. R.; WINTER, S. G. “On the Sources and Significance of Interindustry Differences in Technological Opportunities”, in Research Policy, v. 24, 1995, pp. 185-205.

LAZONICK, W. “The Innovative Firm”, in J. Fagerberg, D. C. Mowery, R. R. Nelson (eds.). The Oxford Handbook of Innovation. Oxford, Oxford University Press, 2005.

LEMOS et al. “Fundos Setoriais e Sistema Nacional de Inovação: uma Avaliação Exploratória”, 2009 (mimeo.).

LEVIN, R. C. “Appropriability, R&D Spending, and Technological Performance”, in The American Economic Review, v. 78, no

, 1988, p. 424.

PAVITT, K. “Patterns of Technical Change: Towards a Taxonomy and a Theory”, in Research Policy, vol. 13, no 6, 1984, pp. 343-73.

PEARCE, R. D. “Decentralised R&D and Strategic Competitiveness: Globalised Approaches to Generation and Use of Technology in Multinational Enterprises (MNEs)”, in Research Policy, v. 28, 1999, pp. 157-78.

PENROSE, E. The Theory of the Growth of the Firm. 3a ed. Oxford, Oxford University Press, 1995 (1a ed. 1959).

RUTTAN, Vernon W. “Induced Innovation, Evolutionary Theory and Path Dependence: Sources of Technical Change”, in The Economic Journal, vol. 107, no 444, 1997, pp. 1.520-29.

SWITZER, L. “The Determinants of Industrial R&D: a Funds Flow Simultaneous Equation Approach”, in The Review of Economic and Statistics, v. 66, no 1, 1984, pp. 163-8.

TEECE, D. J. “As Aptidões das Empresas e o Desenvolvimento Econômico: Implicações para as Economias de Industrialização Recente”, in L. Kim & R. R. Nelson (orgs.). Tecnologia, Aprendizado e Inovação: as Experiências das Economias de Industrialização Recente. Campinas, Editora da Unicamp, 2005.

UNCTAD. “Transnational Corporations and Internalization of R&D”, in World Investment Report. Geneva, United Nations, 2005.

Downloads

Publicado

2012-05-30

Como Citar

NEGRI, Fernanda De. Elementos para a análise da baixa inovatividade brasileira e o papel das políticas públicas. Revista USP, São Paulo, Brasil, n. 93, p. 81–100, 2012. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.v0i93p81-100. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/45004.. Acesso em: 25 abr. 2024.