A justiça e o custo Brasil

Autores

  • Armando Castelar Pinheiro Fundação Getúlio Vargas. Instituto Brasileiro de Economia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i101p141-158

Palavras-chave:

Custo Brasil, Justiça, Insegurança jurídica, Competitividade.

Resumo

O funcionamento da justiça costumava ser um tema de interesse restrito aos operadores do direito. Atualmente, a justiça passou a ser percebida como um importante item que compõe o chamado Custo Brasil. Como Custo Brasil entendese o custo adicional de realizar negócios no Brasil em comparação a outros países. O objetivo deste artigo é situar a importância da justiça na determinação do Custo Brasil. Argumenta-se que, no Brasil, há um nível alto de insegurança jurídica e um Judiciário moroso, o que aumenta o risco e os custos das transações econômicas, afetando a competitividade das empresas brasileiras. Como a justiça tende a ser cada vez mais instada a participar da vida econômica do Brasil, aumentar sua eficiência e fortalecer a segurança jurídica são iniciativas cruciais para reduzir o Custo Brasil.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Armando Castelar Pinheiro, Fundação Getúlio Vargas. Instituto Brasileiro de Economia
    Coordenador de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia – Ibre/FGV, professor do Instituto de Economia da UFRJ e articulista dos jornais Valor Econômico e Correio Braziliense.

Referências

ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Custo Brasil 2002-2012, 2013.

BOMFIM, C. F. “Impacto do Custo Brasil na Análise de Viabilidade do Desenvolvimento de Veículos Automotores”. Monografia apresentada na Escola de Engenharia Mauá de Tecnologia, 2013.

BRUNETTI, A.; KISUNKO, G.; WEDER, B. “Credibility of Rules and Economic Growth: Evidence from a Worldwide Survey of the Private Sector”, in The World Bank Economic Review, v. 12, no 3, 1998.

BUSCAGLIA, E.; ULEN, T. “A Quantitative Assessment of the Efficiency of the Judicial Sector in Latin America”, in International Review of Law and Economics, v. XVII. Amsterdam, Elsevier, 1997, pp. 275-91.

CALDERON, C. A.; CHONG, A. “Causality and Feedback Between Institutional Measures and Economic Growth”, in Economics and Politics, v. 12, no 1, 2000.

CASTRO, A. S. “Indicadores Básicos e Desempenho da Justiça Estadual em Primeiro Grau no Brasil”, in Ipea Texto Para Discussão, no 1.609, 2011.

CLEMENZ, G.; GUGLER, K. “Macroeconomic Development and Civil Litigation”, in European Journal of Law and Economics, v. 9, no 3, 2000.

CNI – Confederação Nacional da Indústria. Mapa Estratégico da Indústria, 2013, pp. 2.013-22.

COELHO, E. “Administração Pública e o Princípio da Segurança Jurídica”, in Consultor Jurídico, mar./2005. Disponível em: www.conjur.com.br/2005-mar-29/administracao_publica_principio_seguranca_juridica.

FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. “Custo Brasil e a Taxa de Câmbio na Competitividade da Indústria Brasileira”, 2013.

GOMES, A. de Oliveira; AQUINO GUIMARÃES, T. “Desempenho no Judiciário: Conceituação, Estado da Arte e Agenda de Pesquisa”, in XXXVI Encontro da Anpad, 2012.

IACOVONI, D.; ZAZZARO, A. “Legal System Efficiency, Information Production, and Technological Choice: A Banking Model”, in Working Papers, no 129. Universita Politecnica delle Marche, Dipartimento di Scienze Economiche e Sociali, 2000.

JAPPELLI, T.; PAGANO, M.; BIANCO, M. “Courts and Banks: Effects of Judicial Enforcement on Credit Markets”, in The Journal of Money, Credit, and Banking, vol. 37, no 2, 2005.

LAEVENA, L.; MAJNONIA, G. “Does Judicial Efficiency Lower the Cost of Credit?”, in Journal of Banking and Finance, v. 29, no

, 2005.

LI, K.; WANG, Y.; WANG, Y. “Judicial Quality, Contract Intensity and Firm Exports: Evidence from China”, mimeo., 2012.

MA, Y.; QU, B.; ZHANG, Y. “Judicial Quality, Contract Intensity and Trade: Firm-level Evidence from Developing and Transition Countries”, in Journal of Comparative Economics, vol. 38, no 2, 2010.

MENELAU, S.; AQUINO GUIMARÃES, T. “Inovação Organizacional no Poder Judiciário: Panorama Metodológico e Perspectiva de Pesquisa no Campo”, in XXXVII Encontro da Anpad, 2013.

NICOLAU JR., M. “Segurança Jurídica e Certeza do Direito: Realidade ou Utopia num Estado Democrático de Direito?”. Disponível em: www.met.gov.br/ legis/consultoria_jurídica/artigos/ordem_juridica.htm.

PALHOÇA, L. “Custo Brasil”. Disponível em: www.she.com.br. Acessado em 10/abril/2014.

PINHEIRO, A. C. Judiciário e Economia no Brasil. Sumaré, 2000.

PINHEIRO, A. C.; COSTA CABRAL, C. “Credit Markets in Brazil: The Role of Judicial Enforcement and Other Institutions”, in Marco Pagano (ed.), Defusing Default: Incentives and Institutions. Washington, Inter-American Development Bank, OCDE, Johns Hopkins University Press, 2001.

PINHEIRO, A. C.; BARBOSA FILHO, F. H. “Os Determinantes da Demanda pelo Judiciário”, in Ibre, mimeo., 2014.

PINHEIRO, A. C. “Segurança Jurídica, Crescimento e Exportações”, in Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais, no 31, 2006.

RAMSEYER, J. M. “Talent Matters: Judicial Productivity and Speed in Japan”, in International Review of Law and Economics, 32, issue 1, Elsevier, 2012, pp.38-48.

SCHWENGBER, S. B.; SAMPAIO DE SOUSA, M. C. “Mensurando o Custo Eficiência na Justiça do Trabalho – Ganhos de Escala e o Trade-off entre o 1o e o 2o Grau – A Abordagem de Fronteira de Custos Estocástica”, in Anais do XXXIV Encontro Nacional de Economia, Anpec – Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação em Economia, 2006.

VOIGT, S. “On the Optimal Number of Courts”, in International Review of Law and Economics, 32, issue 1, Elsevier, 2012, pp. 49-62.

YEUNG, L.; AZEVEDO, P. F. “Measuring the Efficiency of Brazilian Courts from 2006 to 2008: What Do the Number Tell Us?”, in Insper Working Paper, 2011.

Downloads

Publicado

2014-05-30

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

PINHEIRO, Armando Castelar. A justiça e o custo Brasil. Revista USP, São Paulo, Brasil, n. 101, p. 141–158, 2014. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.v0i101p141-158. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/87823.. Acesso em: 16 abr. 2024.