Georg-Friedrich Von Martens (1756-1821) e a consolidação histórica do direito internacional clássico

Autores

  • Paulo Borba Casella Universidade de São Paulo. Faculdade de Direito

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8235.v116p137-171

Palavras-chave:

Georg-Friedrich Von Martens, Direito Internacional, Consolidação histórica do Direito Internacional Clássico

Resumo

A obra de Von Martens se inscreve como o final da fase ‘clássica’ do direito internacional. Na evolução da disciplina, muitos ainda parecem considerar o modelo ‘clássico’, como o único possível, para o direito internacional. Essa experiência, temporalmente circunscrita, historicamente prepara e dá sustentação, para a ulterior evolução do direito internacional, na fase seguinte, do Direito internacional no tempo do concerto europeu.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Paulo Borba Casella, Universidade de São Paulo. Faculdade de Direito

    Professor Titular de Direito Internacional Público da Faculdade de Direito da USP; Presidente do IDIRI – Instituto de Direito Internacional e Relações Internacionais de São Paulo; Coordenador da Comissão de publicação da Revista da FDUSP; Coordenador do CEPIM – Centro de Estudos sobre Proteção Internacional de Minorias da USP e do GEBRICS – Grupo de Estudos sobre os BRICS da USP; ministrou curso sobre Direito internacional, história e cultura, na Academia de Direito Internacional da Haia, em janeiro de 2020.

Referências

AUTRAND, Françoise; BÉLY, Lucien; CONTAMINE, Philippe; LENTZ, Thierry. Histoire de la diplomatie française: du Moyen Âge à l’Empire. Paris: Perrin, 2007. p. 179-470. t. 1.

BAILBY, Henri. Georges-Frédéric de Martens. In: BAILBY, Henri et al. Les fondateurs du droit international: ... leurs oeuvres, leurs doctrines. Paris: V. Giard & E. Brière, 1904. p. 603-676. Disponível em: https://archive.org/details/lesfondateursdud00avriuoft/page/602/mode/2up?ref=ol&view=theater.

BARCIA TRELLES, Camilo. Francisco de Vitoria et l’école moderne du droit international. RCADI: Recueil des Cours de l’Académie de Droit International de La Haye, Leiden, v. 17, p. 109-342, 1927.

BÉLY, Lucien. Les temps modernes (1515-1789). In: AUTRAND, Françoise; BÉLY, Lucien; CONTAMINE, Philippe; LENTZ, Thierry. Histoire de la diplomatie française: du Moyen Âge à l’Empire. Paris: Perrin, 2007. p. 179-470. t. 1.

BROTERO, José Maria Avellar. Questões sobre presas maritimas. 2. ed. augmentada. São Paulo: Typographia – Imparcial – de J. R. de Azevedo Marques, 1863.

BROTERO, José Maria Avellar. Questões sobre prèsas marítimas: offerecidas ao cidadão Rafael Tobias de Aguiar. 1. ed. São Paulo: Typographia de Costa Silveira, 1836.

CASELLA, Paulo Borba. Direito internacional no tempo antigo. São Paulo: Atlas, 2012a.

CASELLA, Paulo Borba. Direito internacional no tempo clássico. São Paulo: Atlas, 2015.

CASELLA, Paulo Borba. Direito internacional no tempo do Iluminismo. (no prelo).

CASELLA, Paulo Borba. Direito internacional no tempo medieval e moderno até Vitoria. São Paulo: Atlas, 2012b.

CASELLA, Paulo Borba. Direito internacional no tempo moderno de Suarez a Grócio. São Paulo: Atlas, 2014.

CASELLA, Paulo Borba. Droit international, histoire et culture. (Curso ministrado na Academia de Direito Internacional da Haia, em janeiro de 2020 – publicação nos Collected Courses of The Hague Academy of International Law, em preparação).

CASELLA, Paulo Borba. Emer de Vattel (1714-1767) e o direito internacional clássico. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 115, p. 209-245, jan./dez. 2020.

CASELLA, Paulo Borba. Fundamentos do direito internacional pós-moderno. São Paulo: Quartier Latin, 2008.

CASELLA, Paulo Borba. Reconhecimento de estado e governo no direito internacional contemporâneo. In: BAPTISTA, Luiz Olavo; FONSECA, José Roberto Franco da (org.). O direito internacional no terceiro milênio: estudos em homenagem ao prof. V. Marotta Rangel. São Paulo: LTr, 1998. p. 287-318.

CASELLA, Paulo Borba. Sucessão de Estado no direito internacional pós-moderno. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 102, p. 1.155-1.170, jan./dez. 2007.

CHARNY, Israel W. The book of the International Conference on the Holocaust and Genocide: Tel Aviv, June 20-24, 1982. Tel Aviv: Institute of the International Conference on the Holocaust and Genocide, 1983.

DAL RI JÚNIOR, Arno; VELOSO, Paulo Potiara Alcântara; LIMA, Lucas Carlos (org.). A formação da ciência do direito internacional. Ijuí: Ed. Unijuí, 2014.

DEGUERGUE, Maryse. Jurisprudence. In: ALLAND, Denis; RIALS, Stéphane (dir.). Dictionnaire de la culture juridique. Paris: PUF-Lamy, 2003. p. 883-888.

FRANK, Robert. De Vienne à Versailles 1815-1919. In: BOUDON, Jacques-Olivier. Le Congrès de Vienne: ou l’invention d’une nouvelle Europe. Paris: Éd. Artlys, 2015. p. 178-179.

GIBBON, Edward. Declínio e queda do império romano. Tradução e notas suplementares José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

GIDEL, Gilbert. Droits et devoirs des nations: la théorie classique des droits fondamentaux des états. RCADI: Recueil des Cours de l’Académie de Droit International de La Haye, Leiden, v. 10, p. 537-597, 1925.

GREWE, Wilhelm. Epochen der Völkerrechtsgeschichte. Baden-Baden: Nomos, 1984.

HERRING, George Cyril. From colony to superpower: U.S. foreign relations since 1776. Oxford: Oxford University Press, 2008.

JURISPRUDÊNCIA. In: ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Dicionário da língua portuguesa. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

KANT, Immanuel. Idée d’une histoire universelle au point de vue cosmopolitique. In: RAYNAUD, Philippe (éd.). Opuscules sur l’histoire. Traduction de Stéphane Piobetta. Paris: GF Flammarion, 1990. p. 69-89.

KANT, Immanuel. Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita. Ttradução Rodrigo Naves e Ricardo R. Terra. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm. Codex juris gentium diplomaticus: in quo tabulæ authenticæ actorum publicorum, tractatuum, aliarumque rerum majoris momenti per Europam gestarum, pleræque ineditæ vel selectæ, ipso verborum tenore expressæ ac temporum serie digestæ, continentur; a fine seculi undecimi ad nostra usque tempora aliquot tomis comprehensus: quem ex manuscriptis præsertim bibliothecæ Augustæ Guelfebytanæ codicibus, et monumentis regiorum aliorumque archivorum, ac propriis denique collectaneis. Hannoveræ: Literis & Impensis Samuelis Ammonii, 1693.

MARTENS, Charles de. Causes célèbres du droit des gens. Lepizig: F. A. Brockhaus, 1827, 2 vols., seguido de Nouvelles causes célèbres du droit des gens. Lepizig: F. A. Brockhaus; Paris: Brockhaus & Avenarius, 1843. 2 vols.; ambos republicados em 5 vols., 1858-1861.

MARTENS, Georg Friedrich von. Erzählungen merkwürdiger Fälle des neueren europäischen Völkerrechts in einer practischen Sammlung von Staatsschriften aller Art, in Deutscher und französischer Sprache: Nebst einem Anhange von Gesetzen und Verordnungen, welche in einzelnen suropäischen Staaten über die vorrechte auswärtiger Gesandten ergangen sind. Göttingen: Philipp Georg Schröder, 1800-1802. 2 Bände.

MARTENS, Georg Friedrich von. Nouveau recueil général de traités... continuation du grand recueil de Martens (sucessivamente org. por F. MURHARD, C. MURHARD, J. PINHAS, K. F. SAMWER e Julius HOPF, Göttingen, 1843-1875, 20 vols., com Índice geral dos tratados de 1494 a 1874, publ. em 1876) e Nouveau recueil, ser. 2 (Göttingen, 1876-1896, e Leipzig: Brockhaus, 1897-1908, vols. XXII a XXXV) e ainda Continuation ... troisième série (dir. Heinrich TRIEPEL, 1 vol., 1909).

MARTENS, Georg Friedrich von. Précis du droit des gens moderne de l’Europe. Paris: Guillaumin, 1858. 2 v.

MARTENS, Georg Friedrich von. Précis du droit des gens moderne de l’Europe. 2. éd. Paris: Guillaumin, 1864. 2 v.

MARTENS, Georg Friedrich von. Recueil de traités d’alliance, de paix, de trêve, de neutralité, de commerce, de limites, d’échange etc. et plusieurs autres actes servant à la connaissance des relations étrangères des puissances et états de l’Europe tant dans leur rapport mutuel que dans celui envers les puissances et états dans d’autres parties du globe: depuis 1761 jusqu’à présent. Tiré des copies publiées par autorité, des meilleures collections particulières de traités et des auteurs les plus estimés. Seconde édition revue et augmentée. Göttingen: Librarie de Dieterich. (Tome I – 1761-1770 inclusiv. Seconde édition revue et augmentée, 1817). A seguir: tome II – 1771-1780; tome III – 1776-1784; tome IV – 1785-1790 (dir. G. F. Von MARTENS); tome V – 1790-1794 (dir. Karl Von MARTENS); tome VI – 1795-1799; tome VII – 1800-1803; tome VIII – 1803-1807; tome IX (dir. F. SAALFELD); tomes X à XVI (dir. Friedrich W. MURHARD) bem como o Nouveau supplément (dir. F. MURHARD, Göttingen 1839-1842, 3 vols.).

MARTENS, Georg Friedrich von. Table générale chronologique et alphabétique du Recueil des traités, conventions et transactions des puissances de l’Europe et d’autres parties du globe, servant à la connaissance des relations étrangères des états dans leur rapport mutuel: commencé par Geo. Fréd. de Martens et continué jusqu’à nos jours. Göttingen: Dieterich, 1858. (Première partie).

MARTENS, Georg Friedrich von. Versuch über Caper, feindliche Nehmungen und insonderheit Wiedernehmungen: Nach den Gesetzen, Verträgen und Gebräuchen der europäischen Seemächte. Göttingen: Johann Christian Dieterich, 1795.

MELLO, Celso Duvivier de Albuquerque. Curso de direito internacional público. 15. ed. Rev. e aum. Rio de Janeiro: Renovar, 2004. v. 1.

NYS, Ernest. La révolution française et le droit international. In: NYS, Ernest. Études de droit international et de droit politique. Bruxelles: Alfred Castaigne, 1896.

RAGAZZI, Maurizio. The concept of international obligations erga omnes. Oxford: Clarendon Press, 1997.

RICHEFORT, Isabelle. Un congrès fondé sur les principes du droit public. In: BOUDON, Jacques-Olivier. Le Congrès de Vienne: ou l’invention d’une nouvelle Europe. Paris: Éd. Artlys, 2015. p. 148-149.

SAINTE alliance entre les empéreurs de Russie et d’Autriche et le roi de Prusse, «signée par les souverains en personne (Paris), le 26 septembre 1815, avec accession de divers autres princes et états souverains». In: MARTENS, Georg Friedrich von. Table générale chronologique et alphabétique du Recueil des traités, conventions et transactions des puissances de l’Europe et d’autres parties du globe, servant à la connaissance des relations étrangères des états dans leur rapport mutuel: commencé par Geo. Fréd. de Martens et continué jusqu’à nos jours. Göttingen: Dieterich, 1858. v. 2.

SCHIFF, Stacy. La grande improvisation: Benjamin Franklin, la France et la naissance des États-Unis. Trad. de William Oliver Desmond. Paris: Grasset, 2007.

SCHRADER, Fred E. L’Allemagne avant l’État-nation: le corps germanique 1648-1806. Paris: PUF, 1998.

SOUZA, Evelyn Roberta Araújo Barreto de. Projetos de paz perpétua no direito internacional contemporâneo. 1. ed. São Paulo: WMF, 2021. v. 1.

TRUYOL Y SERRA, Antonio. Histoire du droit international public. Paris: Economica, 1995.

UCHAKOV, Nikolaĭ Alexandrovitch. La compétence interne des états et la non-intervention dans le droit international contemporain. RCADI: Recueil des Cours de l’Académie de Droit International de La Haye, Leiden, v. 141, p. 1-86, 1974.

UNITED NATIONS. International Court of Justice. Advisory opinion: accordance with international law of the unilateral declaration of independence in respect of Kosovo. [S. l.], 22 July 2010. (General List No. 141). Disponível em: https://www.un.org/ruleoflaw/files/ef_KOS_Advisory-opinion_bilingual.pdf.

VATTEL, Emer de. O direito das gentes. Prefácio e tradução de Vicente Marotta Rangel, Brasília, DF: Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais: Editora Universidade de Brasília, 2004.

Downloads

Publicado

2021-12-30

Edição

Seção

Trabalhos Acadêmicos

Como Citar

Georg-Friedrich Von Martens (1756-1821) e a consolidação histórica do direito internacional clássico. (2021). Revista Da Faculdade De Direito, Universidade De São Paulo, 116(2), 137-171. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8235.v116p137-171