Quem habita a dignidade humana? A fundamentação kantiana

Autores

  • Marcelo de Azevedo Granato Universidade de São Paulo. Faculdade de Direito

Palavras-chave:

Imperativo categórico, Fim em si mesmo, Dignidade humana, Natureza racional, Autonomia da vontade.

Resumo

O artigo examina o conceito kantiano de dignidade humana com base na Fundamentação da metafísica dos costumes (1785), em particular, o papel da autonomia da vontade na fundamentação da dignidade. O ponto de partida desse exame é a liberdade transcendental de que trata a Crítica da razão pura (edição de 1787), seguindo-se a análise de alguns elementos da teoria moral kantiana, notadamente o imperativo categórico, em duas de suas formulações, e o conceito de dignidade humana. A relação entre dignidade, racionalidade e autonomia (enquanto autolegislação, conforme à moral kantiana) constitui o objetivo do artigo, que se concluirá com breves comentários sobre algumas dificuldades que tal relação suscita.

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Biografia do Autor

  • Marcelo de Azevedo Granato, Universidade de São Paulo. Faculdade de Direito

    Doutor em Direito pela Università degli Studi di Torino (Itália) e pela Universidade de São Paulo (Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito). Advogado e juiz-contribuinte do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo.

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Publicado

2014-12-06

Edição

Seção

Filosofia do Direito

Como Citar

Quem habita a dignidade humana? A fundamentação kantiana. (2014). Revista Da Faculdade De Direito, Universidade De São Paulo, 109, 623-639. https://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/view/89248