O patenteamento de moléculas biológicas naturais nos EUA e União Européia

Autores

  • Vladimir Garcia Magalhães

Palavras-chave:

Propriedade Intelectual, Direito de Patentes, Moléculas Biológicas Naturais, Biodiversidade, Direito Internacional, Direito Comparado, Direito Ambiental, Biotecnologia, DNA.

Resumo

O Direito de Propriedade Industrial e seu ramo Direito de Patentes tutelam juridicamente as invenções humanas novas e com utilidade industrial. As invenções se distinguem das descobertas pelo fato de não serem pré-existentes e resultarem da atividade criativa humana. Nos EUA, o USPTO- United States Patent and Trademark Office, órgão estatal para concessão de patrentes, permite o patenteamento de moléculas biológicas naturais extraídas e isoladas dos organismos, inclusive os genes e seu DNA, com a justificativa de que elas não existem nesta forma pura em seu estado natural mas sim associadas à outras moléculas e que a Constituição e a Lei de Patentes americana utilizam o termo “descobertas” para autorizar a proteção por patentes. Na União Européia o patenteamento de moléculas naturais é previsto na Diretiva 98/44/EC, art. 3.2. A Convenção de Munique sobre Patentes Européias em seu art. 52.2.a, contudo, veda expressamente a concessão de patentes para descobertas. Ocorre que não existe atividade inventiva nas moléculas simplesmente isoladas da natureza se constituindo em descobertas e não invenções. Assim, esta Diretiva conflita com a Convenção de Munique, que lhe é hierarquicamente superior.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ARORA, Dilip K.; ELANDER, Richard P.; MUKERJI, K. G. Handbook of applied mycology: Fungal Biotechnology. New York: Marcel Dekker Inc., 1992. v. 4.

BERGEL, Salvador Dario. Patentes de genes; implicancias eticas y juridicas. Bioética, Brasilia, v. 5, n. 2, p. 243-52, 1997.

BURNIER, Dominique. La notion de l’invention en droit europén des brevets. Genève: Librairie Droz, 1981.

DI SABATO, Franco; LO IUDICE, Bruno. Innovazioni technologiche e diritto di empresa. 2. ed. Napoli: Morano Ed., 1982.

DOMINGUES, Douglas Gabriel. Direito Industrial e Patentes. Rio de Janeiro: Forense, 1980.

______. Privilégios de invenção, engenharia genética e biotecnologia. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1989.

ESTADOS UNIDOS da América. Department of Commerce. USPTO - United States Patent and Trademark Office. Utility Examination Guidelines. Washington: Federal Register, v. 66, n. 4, Friday, January 5, 2001. (Notices)

FRANCESCHELLI, Remo. Tratado di diritto industriale. Parte generale. Milano: Giuffre Ed., 1973. v.1.

GHIRON, Mario. Corso di diritto industriale. 2. ed. rev. e ampl. Roma: Società Editrice del “Foro Italiano”, 1937. v.2.

RAMELLA, Agostino. Trattato della proprietà industriale. v.1- le invenzione industriali. Roma: Soc. Editrice Laziale, 1909.

SILVEIRA, Newton. Curso de propriedade industrial. 2. ed. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1987.

SOARES, José Carlos T. Biotecnologia- A mais avançada tecnologia da vida. Revista da ABPI. Rio de Janeiro, n. 10, p. 38-40, 1994.

SHIVA, Vandana [et al]. Biodiversity- social & ecological perspectives. 2. ed. London: Zed Books,1995.

VIARO, Mario. La tutela del principio scientifico nel diritto d’invenzione. Milano: Giuffrè, 1970.

WIPO- World Intellectual Property Organization. National Seminar on Innovation Promotion. Genebra, WIPO/INN/BRI/99/1, 1999.

Downloads

Publicado

2006-01-01

Edição

Seção

Não definido

Como Citar

O patenteamento de moléculas biológicas naturais nos EUA e União Européia. (2006). Revista Da Faculdade De Direito, Universidade De São Paulo, 101, 873-900. https://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/view/67728