Santo Agostinho e o menino

Autores

  • Ruy Afonso da Costa Nunes

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0102-25551975000100008

Resumo

Há muitos anos, adolescente, tive o prazer de ler a Vida de Sto. Agostinho escrita por Papini. Gravou-se-me na memória a descrição feita pelo autor, no prefácio do pequeno quadro de Sandro Botticelli na Galeria dos Ofícios, onde um velho de barba branca, vestido de capa vermelha, conversa com um pequenito na praia de um mar verde e translúcido semelhante ao do Nascimento de Venus. O velho inclina-se um pouco para a criança que, ajoelhada junto a uma poça, tem na mão uma espécie de concha. Olhei para a legenda por baixo do quadro: era Sto. Agostinho a quem uma criança confessa querer esvaziar o mar (1). Depois dessa leitura, deparei por várias vezes com a explicação da cena descrita pictoriamente por Sandro Botticelli. Há pouco tempo, ainda, pude verificar a durabilidade dessa formosa lenda, ao examinar a lição dada por Alfredo Barth sobre a Santíssima Trindade na sua Enciclopédia Catequética. O mistério da Trindade divina, ensina A. Barth, é insondável. Tomás Cantipratano (morto em 1280) narra a história de Sto. Agostinho que passava longas horas indagando sobre o mistério da Trindade. Certo dia, viu uma criança tirando com uma colherzinha a água do mar para pô-la numa pequena cova... É mais fácil para mim, disse a criança, transportar a água do mar para esta cova do que para a tua razão compreender o inescrutável mistério da SS. Trindade. Barth narra, em seguida, a mesma lenda em relação a Alano de Lille (2).

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Publicado

1975-12-01

Edição

Seção

Colaborações