Práticas eugênicas, medicina social e família no Brasil republicano

Autores

  • Cynthia Pereira de Sousa Vilhena

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0102-25551993000100007

Palavras-chave:

Eugenização, Política Social, Política Familiar, Medicina Social, Escola-Lar Eugênica, Exame Pré-Nupcial, Patrimônio Hereditário, Controle dos Nascimentos, Constituição Da Nacionalidade

Resumo

Nos inícios do século XX, o desenvolvimento urbano-industrial e a chegada de grandes levas de imigrantes transformaram a vida dos habitantes de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Para sanitaristas e eugenistas era preciso lutar contra os chamados venenos sociais trazidos com a desorganização do espaço urbano e, para tanto, iniciaram um verdadeira cruzada eugênica. Inscritas nos quadros da medicina social, essa campanha ganha amplitude a partir de 1930 e seu sentido deve ser compreendido no âmbito da elaboração de uma política familiar pelo governo de Getúlio Vargas. Uma das medidas de eugenização da sociedade brasileira seria o estabelecimento do exame pré-nupcial obrigatório, para garantir a formação da família com prole sadia. A Igreja Católica opunha-se a estas e outras medidas, como o controle dos nascimentos, por entenderem que se constituíam em impedimentos à evolução natural das famílias. Para os eugenistas, as escolas seriam espaços essenciais para o desenvolvimento de uma mentalidade eugênica. O exército, outra instância do poder, se auto-considerava fator preponderante ma eugenização do organismo social, porque tratava da saúde, da forma física e incutia bons hábitos de higiene nos seus soldados.

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Publicado

1993-06-01

Edição

Seção

Artigos