Caetés: nossa gente é sem herói

Autores

  • Erwin Torralbo Gimenez Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i47p161-180

Palavras-chave:

Graciliano Ramos, romance brasileiro, pobre-diabo, narrador erradio

Resumo

Centrado na análise de Caetés, primeiro romance de Graciliano Ramos, o ensaio procura examinar o processo de formulação das idéias e dos aspectos formais, ainda sob impasses, que já indicia o projeto do autor: a impossibilidade de tornar o índio uma figura épica, desmistificando o passado e provando os seus reflexos contínuos no ciclo de explorações; o adensamento do núcleo conservador dessa lógica, construída na metonímia de uma pequena cidade, onde se preservam as marcas de uma história sem rupturas efetivas; e, em especial, o percurso do narrador rumo à consciência que, apesar de só se insinuar ao fim, encerra o livro com o desalento de quem já não escapa ao reverso das ilusões. Trata-se, com efeito, de um esboço de romance moderno, ajustado à matéria brasileira, pois promove a revisão dos descompassos nacionais, trazidos à tona na medida em que conduz o protagonista à reflexão solitária, para fora dos vícios ordinários do ambiente.

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Publicado

2008-09-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Caetés: nossa gente é sem herói . (2008). Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros, 47, 161-180. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i47p161-180