“Já não existe ágora”. Sobre a crítica situacionista à expropriação da comunicação como crítica de arquitetura.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1984-4506.risco.2022.190991

Palavras-chave:

Guy Debord, Constant Nieuwenhuys, Espetáculo

Resumo

A partir dos Comentários à Sociedade do Espetáculo (1988) de Debord e na produção artística de Constant (1960-1985), analiso momentos de suas trajetórias, nas quais se demonstra que a crítica da experiência da comunicação expropriada não pode se fazer sem uma continuada crítica da experiência urbana. No espetacular integrado a separação é condição de sustentação das configurações sociais. No arranjo da sociedade do espetáculo quem ouve jamais replica, o que equivale a ter como padrão um comportamento de passividade na contemplação. Esse empobrecimento da comunicação corresponde ao empobrecimento da vida sob a dominação do espetáculo; não obstante, à comunicação que se realiza na práxis radical do diálogo cabe a possibilidade de resistência ao poder espetacular.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Rita de Cássia Lucena Velloso, Universidade Federal de Minas Gerais

    arquiteta pela ufmg (1989) mestre (1999) e doutora em filosofia pela UFMG (2007). professora adjunta 3  Escola de arquitetura da UFMG (desde 2012). Vice diretora Escola de arquitetura UFMG (2017-2020). professora adjunta 4 PUC MINAS (desde 1996)

Referências

AGAMBEN, G. Violenza e speranza nell’ultimo spettacolo. In: AGAMBEN, G. et al. I situazionisti. Roma: Manifestolibri, 1991.

ANDRADE, Carlos Roberto Monteiro de. Prefácio. In: INTERNACIONAL SITUACIONISTA; Paola Berenstein JACQUES (org.). Apologia da Deriva: escritos Situacionistas sobre a CIdade. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003. (p. 11).

ANDRADE, Carlos Roberto Monteiro de. Confinamento e Deriva: sobre o eclipse do lugar público na cidade moderna. In: SOUZA, Célia Ferraz de; PESAVENTO, Sandra Jatahy. (org.) Imagens urbanas: os diversos olhares na formação do imaginário urbano Porto Alegre : Editora da Universidade/UFRGS, 1997. (p. 97-103)

AQUINO, João Emiliano Fortaleza de. Reificação e linguagem em Guy Debord. Fortaleza: Ed UECE/Unifor, 2006.

AQUINO, João Emiliano Fortaleza de. Espetáculo, comunicação e comunismo em Guy Debord. Kriterion [online]. 2007, vol.48, n.115, pp.167-182. ISSN 0100-512X. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-512X2007000100010.

BANDINI, M. L'estetico il politico: da Cobra all'Internazionale situazionista, 1948-1957. Roma: Officina edizioni, 1977.

BANDINI, M. La vertigine del moderno: percorsi surrealisti. Roma: Officina edizioni, 1986.

BANDINI, M. Surrealist references in the notions of dérive and psychogeography of the situationist urban environment. In: COSTA, Xavier et al. Situationists art, politics, urbanism. Barcelona: Museu d’Art Contemporani de Barcelona / Actar, 1996. p.40-53.

BAUDELAIRE, Charles : L’Art romantique/ L’Œuvre et la vie d’Eugène Delacroix Œuvres complètes de Charles Baudelaire, tome III Paris: Calmann Lévy, 1885, 1-44.

BENJAMIN, Walter. O Erro do Ativismo. In: Documentos de Barbárie, Documentos de Cultura. São Paulo: Cultrix, 1986, p.144-145.

BLANC, D. L’Internazionale situazionista e il suo tempo. Milano: Colibri, 1998.

BORDEN, I.; McCREERY, S.(ed.) New Babylonians: Contemporary Visions of a Situationist City. AD Profile 151 1st Edition by Iain Borden (Editor), Sandy McCreery (Editor)

CONSTANT, “New Babylon: Outline of a Culture,” trans. Paul Hammond, in Constant’s New Babylon: The Hyper-Architecture of Desire, ed. Mark Wigley (Rotterdam: Witte de With, 1998), 160.

CONSTANT, “Unitary Urbanism,” trans. Robyn de Jong-Dalziel, in Wigley, ed., Hyper-Architecture, 134.

CRARY, Jonathan. Suspensões da Percepção: atenção, espetáculo e cultura moderna.São Paulo: Cosac Naify, 2013.

DAUVÉ, G. Kritik der Situationistischen Internationale. In: OHRT, R. (Hg.). Das grosse Spiel. Die Situationisten zwischen Politik und Kunst. Hamburg: Nautilus, 1999.

DEBORD, G. Notes pour servir à l’histoire de l’I. S. de 1969 a 1971. In: _______. La Véritable Scission dans l’Internationale [1972]. Paris: Fayard, 1998.

DEBORD, G. La societé du spectacle. Paris: Gallimard, 1992. (Col. Folio).

DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Prefácio à 4ª edição italiana de A sociedade do espetáculo. Comentários sobre a sociedade do espetáculo. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

DEBORD, G. Commentaires sur la société du spectacle. Paris: Gallimard, 1992.

DEBORD, G. Œuvres cinématographiques complètes 1952-1978. Paris: Gallimard, 1994.

DEBORD, G.; SANGUINETTI, G. La Véritable Scission dans l’Internationale. Paris: Fayard, 1998.

DUR, Ali ; WARK, Mckenzie. New New Babylon. OCTOBER 138, Fall 2011, pp. 37–56. © 2011 October Magazine, Ltd. and Massachusetts Institute of Technology.

DUR, Ali ; WARK, Mckenzie. New New Babylon, produced by Ali Dur and McKenzie Wark, music by Paul D. Miller, 8 min. (New York, 2011).

FOURIER, Charles. Des modfications a introduire dans l’architecture des villes, ouvres complètes, Paris, Anthopos, tomo XII, 1967.

GAGNEBIN, Jeanne-Marie. Limiar, Aura e Rememoração. Ensaios sobre Walter Benjamin. São Paulo: Editora 34, 2014.

LEPETIT, Bernard; TOPALOV, Christian. La ville des sciences sociales. Paris: Belin, 2001. 409p.

INTERNACIONAL SITUACIONISTA; Paola Berenstein JACQUES (org.). Apologia da Deriva: escritos Situacionistas sobre a CIdade. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003

INTERNATIONALE SITUATIONNISTE; BERRÉBY, Gerard (org.) Textes et Documents situationnistes (1957-1960) Paris. Editions Alia, 2004.

INTERNATIONALE SITUATIONNISTE. Internationale Situationniste (1958-1969). Texte intégral des 12 numéros de la révue. Paris: Fayard, 1997.

JACQUES, Paola Berenstein. Elogio aos errantes. Salvador: EDUFBA, 2014.

JAPPE, Anselm. Guy Debord. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.

JAPPE, Anselm. O reino da contemplação passiva. In: NOVAES, Adauto. Muito além do espetáculo. São Paulo: Funarte 2005. (254-275)

LAMBERT, J-C. Constant. Les Trois Spaces. 1992

LEFEBVRE, Henri. Espaço e Política. Belo Horizonte: UFMG, 2007.

LEFEBVRE, Henri. La Somme et Le Reste. Paris: 4ème édition, Economica / Anthropos, 2009.

LEPETIT, Bernard. Por Uma Nova História Urbana. São Paulo: Edusp, 2003.

NEGRI, Antonio. O Poder Constituinte. Ensaio sobre as alternativas da modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

NEGRI, Antonio. Dispositivo-metrópole. A multidão e a metrópole. Rio de Janeiro: Lugar Comum No. 25-26, p. 201-208.

NEGRI, A. Hardt, M. Multidão. Guerra e Democracia na Era do Império. Rio de Janeiro: Record, 2005.

PERNIOLA, M. A estética do século XX. Lisboa: Editorial Estampa, 1998.

PERNIOLA, M. Os Situacionistas. O movimento que profetizou a "Sociedade do Espetáculo". São Paulo: Annablume, 2009.

ROMERO, Pedro G. “The New Babylonians,” in Constant’s New Babylon, 68-91.

RYKWERT, Joseph. A ideia de cidade. A antropologia da forma urbana em Roma, Itália e no mundo antigo. São Paulo: Perspectiva, 2006, p.171.

VIRNO, P. Cultura e produzione sul palcoscenico. In: AGAMBEN, G. et al. I situazionisti. Roma: Manifestolibri, 1991.

VIRNO, P. Gramática da Multidão. Para uma análise das formas de vida contemporâneas. São Paulo: Annablume, 2013.

WARK, Mckenzie. The Beach Beneath the Street (London: Verso, 2011) WARK, Mckenzie. 50 Years of Recuperation of the Situationist International (New York: Princeton Architectural Press, 2008).

WARK, Mckenzie. A Hacker Manifesto (Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 2004).

WARK, Mckenzie. Virtual Geography (Bloomington, Ill.: Indiana University Press, 1994).Mc Donough, T. Fluid Spaces. Constant and the situationist critique of architecture. In: Wigley, 2001

VASUDEVAN, Alexander. A history of Urban Squatting. New York: Verso Books, 2017.

WIGLEY, Mark. The activist drawing. (2001)

WIGLEY, Mark. Constant’s New Babylon. The hyper architecture of desire. Rotterdam: Witte de With, 1998.

WOLLEN, Peter The Situationist International: on the passage of a few people through a rather brief period of time. In: Raiding the icebox. London: Verso Books, 1993 (120-157)

Downloads

Publicado

2022-07-14

Edição

Seção

Artigos e Ensaios

Como Citar

“Já não existe ágora”. Sobre a crítica situacionista à expropriação da comunicação como crítica de arquitetura . (2022). Risco Revista De Pesquisa Em Arquitetura E Urbanismo (Online), 20, 37-61. https://doi.org/10.11606/1984-4506.risco.2022.190991