Impacto na saúde mental de enfermeiros pediátricos: um estudo transversal em hospital pediátrico terciário durante a pandemia de COVID-19

Autores

  • Hingrid Cristiane Silva Robba Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clinicas, Instituto da Criança e do Adolescente, Divisão de Enfermagem, São Paulo, SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-2560-595X
  • Andréa Aoki Costa Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clinicas, Instituto da Criança e do Adolescente, Divisão de Enfermagem, São Paulo, SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-4818-8052
  • Kátia Tomie Kozu Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Pediatria, São Paulo, SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-8743-7827
  • Clóvis Artur Silva Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Pediatria, São Paulo, SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-9250-6508
  • Sylvia Costa Lima Farhat Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Pediatria, São Paulo, SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4036-5226
  • Juliana Caires de Oliveira Achili Ferreira Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clinicas, Instituto da Criança e do Adolescente, Divisão de Enfermagem, São Paulo, SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-9249-2318

DOI:

https://doi.org/10.1590/1518-8345.5750.3583

Palavras-chave:

COVID-19; Saúde Mental; Ansiedade; Depressão; Enfermeiras Pediátricas; Esgotamento Profissional.

Resumo

Objetivo: avaliar problemas de saúde mental em enfermeiros pediátricos
durante a pandemia causada pelo coronavírus 2019. Método: estudo
transversal realizado com enfermeiros pediátricos do Instituto da Criança
e do Adolescente, por meio de uma pesquisa online de autoavaliação
sobre prática clínica e impacto na saúde mental, durante a pandemia
de COVID-19. Foram avaliadas escalas de autoavaliação validadas
para ansiedade, depressão e burnout. Resultados: 107/298(36%)
enfermeiros responderam, dos quais 90% eram do sexo feminino,
a mediana de idade atual era 41(23-64) anos, 68% trabalhavam
com adolescentes, 66% trabalhavam na linha de frente. Burnout,
ansiedade e depressão moderada/grave ocorreram em 65%, 72%
e 74% dos enfermeiros, respectivamente. Falta de protocolo de
tratamento padronizado nas enfermarias (27% vs. 10%, p=0,049),
depressão moderada/grave (74% vs. 16%, p=0,002) e burnout (82%
vs. 58%, p=0,01) foram significativamente maiores em enfermeiros
pediátricos com ansiedade, em comparação com enfermeiros sem essa
condição. Os enfermeiros pediátricos que trabalhavam com adolescentes
apresentaram maior frequência de burnout, quando comparados aos que
não trabalhavam com esse grupo (77% vs. 32%, p=0,0001). A análise
multivariada revelou que o cumprimento adequado da quarentena
aumentou a presença de ansiedade em 4,6 vezes [OR 4.6(IC 1,1-20,2),
p=0,04]. Conclusão: A maioria dos enfermeiros pediátricos atuava
na linha de frente da COVID-19, em condições precárias, trabalhando
com equipe reduzida e enfrentando perdas expressivas de renda. A
ansiedade atual foi um tema relevante e o burnout também foi uma
condição mental importante para esses profissionais, reforçando a
cultura do bom trabalho em equipe, das práticas de colaboração e do
cuidado psicológico/psiquiátrico.

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Publicado

2022-05-05

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Impacto na saúde mental de enfermeiros pediátricos: um estudo transversal em hospital pediátrico terciário durante a pandemia de COVID-19. (2022). Revista Latino-Americana De Enfermagem, 30, e3583. https://doi.org/10.1590/1518-8345.5750.3583