Câncer avançado
impacto nutricional e a necessidade de integração dos cuidados paliativos em um serviço público de saúde
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v51i3p167-176Palavras-chave:
Cuidados Paliativos, Câncer, Estado Nutricional, Terapia Nutricional, Nutrição, Saúde PúblicaResumo
Introdução: Pacientes com câncer necessitam de cuidados paliativos. Uma das razões para isso é a desnutrição, frequentemente observada nesses pacientes, afetando seu prognóstico e qualidade de vida. No entanto, dados sobre a atenção nutricional em cuidados paliativos ainda são escassos. Objetivo: Caracterizar o diagnóstico e o cuidado nutricional em pacientes em cuidados paliativos hospitalizados em um serviço de saúde pública. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo descritivo sobre dados clínicos, laboratoriais e nutricionais obtidos de prontuários de pacientes oncológicos em cuidados paliativos. Resultados: Foram analisadas 128 internações de pacientes oncológicos em cuidados paliativos. Os principais sítios tumorais primários estavam nos sistemas digestivo, urológico e pulmonar. A média de idade foi de 64,3 ± 16,6 anos. Os pacientes estavam clínica e nutricionalmente comprometidos - desempenho médio de 17,77 ± 7,15, hemoglobina 9,6 ± 2,37 U/dL, albumina 2,64 ± 0,64 g/dL, proteína C-reativa 125,37 ± 68,37 ml/L e 60,8% de desnutrição (IMC médio de 20,19 5,57 kg/m2). A via oral foi a principal via de administração (62,5%) e a análise de concordância revelou o suprimento nutricional em excesso às necessidades diárias estimadas. Não foi encontrada associação entre condição de jejum, desfecho da hospitalização (morte) e diagnóstico nutricional (p = 0,51). Conclusões: Esta população de pacientes oncológicos recebeu cuidados paliativos no estágio final de vida, quando a maioria estava desnutrida, sintomática, sem tratamento oncológico e com baixo desempenho funcional. Houve a preferência pelo uso da via oral para a realização da terapia nutricional, contudo, observou-se fornecimento energético e proteico superior às necessidades nutricionais estimadas. A realização de jejum durante o período de internação hospitalar que antecede o óbito não foi associada com o desfecho dos pacientes.
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