Mielorradiculopatia esquistossomótica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2021.172776

Palavras-chave:

Mielopatia esquistossômica, Neuroesquistossomose, Esquistossomose ectópica, Doenças negligenciadas, Pediatria

Resumo

A esquistossomose é uma endemia parasitária típica das Américas, Ásia e África. A Mielorradiculopatia Esquistossomótica surge como uma evolução severa da infecção por esquistossomose e, apesar de muito comum, sua prevalência em áreas endêmicas vem sendo subestimada. Objetivo: relatar caso de Mielorradiculopatia Esquistossomótica ocorrido em paciente pediátrico. Metodologia: estudo descritivo do tipo Relato de Caso retrospectivo, submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário CESMAC, CAAE: 28835220.0.0000.0039, N.º do Parecer: 3.898.292. Relato de caso: paciente do sexo masculino, previamente hígido, 11 anos, iniciou quadro com história álgica aguda em membros inferiores que piorava no período da noite acompanhada de relato de febre. Quadro clínico evoluiu com lombalgia, disúria, oligúria, posterior anúria e formação de globo vesical. Evoluiu, também, com paresia de membros inferiores. A investigação realizou-se com Exame Parasitológico de Fezes positivo para esquistossomose, além de Ressonância Magnética de coluna lombo-sacra que corroboraram com a hipótese diagnóstica. Instituiu-se tratamento com Albendazol, Praziquantel e pulsoterapia com Metilprednisolona durante internação. Paciente teve alta hospitalar com melhora de quadro neurológico, em uso de prednisona 40 mg/dia.  Conclusão: a MRE constitui a forma mais grave dentre as manifestações ectópicas da esquistossomose. A dificuldade do reconhecimento do quadro clínico e a limitação no acesso aos métodos complementares diagnósticos contribuem para o subdiagnóstico da enfermidade, acarretando sequelas graves para os portadores da doença e ocultando sua importância epidemiológica principalmente em pacientes pediátricos e jovens.

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Biografia do Autor

  • Lívia Helena Gomes de Barros Brandão, Centro Universitário CESMAC, Maceió (AL), Brasil.

    Discente do Curso de Medicina

  • Camila Neves de Melo Cavalcanti, Centro Universitário CESMAC, Maceió (AL), Brasil.

    Discente do curso de medicina

  • Laércio Pol Fachin, Universitário CESMAC, Maceió (AL), Brasil

    Docente

  • Adriana Ávila Moura, Universidade Federal de Alagoas

    Médica Infectologista pediátrica e docente do curso de Medicina

  • Ana Carolina de Carvalho Ruela Pires, Universitário CESMAC, Maceió (AL).

    Pediatra e professora titular do curso de Medicina

Referências

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Publicado

2021-12-20

Edição

Seção

Relato de Caso

Como Citar

1.
Brandão LHG de B, Cavalcanti CN de M, Fachin LP, Moura A Ávila, Pires AC de CR. Mielorradiculopatia esquistossomótica. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 20º de dezembro de 2021 [citado 25º de abril de 2024];54(3):e-172776. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/172776