Metabolismo e toxicidade do chumbo na criança e no adulto

Autores

  • Eduardo M. Capitani Departamento de Clínica Médica, Centro de Controle de Intoxicações, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v42i3p278-286

Palavras-chave:

Chumbo. Metabolismo. Absorção. Distribuição.

Resumo

O chumbo não participa de nenhum passo ou função metabólica essencial ao ser humano. Ao mesmo tempo é o metal não ferroso mais manipulado industrialmente pelo homem desde a antiguidade, o que tem levado à uma contaminação extensa do meio ambiente desde então, proporcionando ainda hoje um aporte regular excessivo desse metal através da ingestão e inalação. Nesta revisão são discutidos aspectos de cinética e dinâmica do chumbo na forma inorgânica, por ser a forma mais comum de apresentação ocupacional e no meio ambiente. Por ser um elemento metálico o chumbo não sofre biotransformação enzimática. O seu “metabolismo” restringe-se a um cinética de distribuição e excreção bastante complexa que, por sua vez, depende da forma química ingerida ou inalada, que definirá seu potencial de oxi-redução e ionização, ligação a proteínas, e passagem por membranas e barreiras, além do acúmulo tecidual e excreção renal. Adultos absorvem até 10% do que é ingerido, em contraste com a taxa das crianças que pode chegar a 50%. Distribui-se fácil e rapidamente por todos os tecidos, além de passar a barreira encefálica e a placentária, sendo secretado no leite materno. As meias vidas de eliminação de chumbo do organismo, conforme o compartimento, podem ser resumidas da seguinte forma: sangue = 25 a 30 dias (em crianças sob exposição ambiental a baixas doses = 10 a 12 meses); tecidos moles em geral = 60 dias; osso trabecular = 90 a 120 dias; osso cortical com depósitos estáveis = 25 a 30 anos. Tem ações tóxicas no sistema nervoso central, periférico, renal e hematopoiético principalmente, através de mecanismos que são discutidos no artigo.

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Biografia do Autor

  • Eduardo M. Capitani, Departamento de Clínica Médica, Centro de Controle de Intoxicações, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas

    Docente, Departamento de Clínica Médica, Centro de Controle de Intoxicações, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas

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Publicado

2009-09-30

Edição

Seção

Capítulos

Como Citar

1.
Capitani EM. Metabolismo e toxicidade do chumbo na criança e no adulto. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 30º de setembro de 2009 [citado 19º de abril de 2024];42(3):278-86. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/221