Transplante de medula óssea em leucemias agudas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v33i4p390-404Palavras-chave:
Transplante de Medula Óssea. Leucemia Mielóide Aguda.Resumo
O transplante de medula óssea constitui terapêutica eficaz no tratamento da leucemia mielóide aguda. Embora utilizado, inicialmente, em pacientes em fases tardias da doença, os melhores resultados são documentados em pacientes submetidos ao procedimento enquanto em primeira remissão. Avanços no manuseio do paciente neutropênico permitem, hoje, a utilização, com maior segurança, de regimes quimioterápicos agressivos que resultam em uma sobrevida prolongada, semelhante àquela observada após regimes mieloablativos. Ainda existem dúvidas sobre quais os pacientes que deveriam ser submetidos às diferentes modalidades de intensificação. Os estudos citogenéticos e uma melhor definição das características biológicas de cada indivíduo permitirão uma melhor seleção de pacientes. O melhor controle da Doença do Enxerto-contra-Hospedeiro, o melhor manuseio das complicações infecciosas pós-transplante, a utilização de regimes de condicionamento menos agressivos e a maior disponibilidade de doadores não aparentados permite antever uma maior aplicabilidade do transplante de medula óssea alogênico no tratamento da Leucemia Mielóide Aguda, inclusive em pacientes mais idosos. O papel do transplante autólogo precisa ser melhor definido. Por outro lado, o transplante de medula óssea em leucemia linfoblástica aguda constitui uma estratégia polêmica. Em adultos, os resultados do tratamento convencional são, de um modo geral, inferiores àqueles obtidos na infância. Os estudos comparativos entre as duas modalidades de tratamento não demonstram uma superioridade clara para os pacientes transplantados em primeira remissão. As alterações citogenéticas são úteis na definição de grupos prognósticos, porém outros fatores biológicos precisam ser definidos para uma melhor seleção de pacientes. Em fases mais avançadas, o transplante alogênico constitui a única alternativa terapêutica com potencial curativo. Entretanto, as recidivas permanecem como a principal limitação para tal estratégia de tratamento. Os resultados com o transplante autólogo são controvertidos e o uso de doadores não aparentados vem adquirindo importância crescente devido à maior facilidade na identificação de doadores. Na infância, os excelentes resultados obtidos com a quimioterapia tradicional determinam uma seleção rigorosa de pacientes de altíssimo risco que poderiam se beneficiar do transplante. Entretanto, esses grupos de pacientes precisam ser melhor definidos.
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