FATORES DE RISCO E MEDIDAS PREVENTIVAS PARA ÚLCERA DE PRESSÃO NO LESADO MEDULAR. EXPERIÊNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO HCFMRP-USP

Autores

  • Paula Cristina Nogueira Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo -FMRP/USP
  • Maria Helena L. Caliri Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - EERP/USP.
  • Cláudia B. Santos Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - EERP/USP.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v35i1p14-23

Palavras-chave:

Úlcera de Decúbito. Traumatismos da Medula Espinhal. Cuidados de Enfermagem.

Resumo

As úlceras de pressão (UP) são freqüentes no lesado medular, podendo trazer sérias complicações, como osteomielite, septicemia, amputações, e mesmo levar o paciente a óbito. Interferem na qualidade de vida do paciente e família, impedindo ou dificultando o acesso a programas de reabilitação. Assim, a prevenção e o tratamento no estágio inicial devem ser a meta da assistência que vise à qualidade. Este estudo teve como objetivo identificar as causas de UP em pacientes com traumatismos da medula espinhal atendidos em uma instituição hospitalar, e descrever as medidas identificadas como mais importantes para a prevenção do problema, segundo a opinião de enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem. Através de um inquérito, os dados foram coletados, utilizando-se um instrumento composto de 35 frases com descritores dos fatores de risco e 18 frases com descritores de medidas preventivas, construído a partir de dados da literatura e validado anteriormente. Foi solicitado aos 85 participantes que atribuíssem um valor de 01 a 07 quanto à importância de cada ítem, sendo calculada a média aritmética e o desvio padrão. A análise de estatística inferencial foi realizada através da análise de variância. Os resultados da análise descritiva e os testes de estatística inferencial evidenciaram que a equipe de enfermagem identificou, como importantes para a causalidade da UP, fatores de risco referentes tanto ao paciente quanto à estrutura institucional e ao processo de cuidar. Segundo a percepção da equipe, o paciente com traumatismos da medula espinhal apresenta diminuição ou perda da mobilidade e sensibilidade, tornando-se dependente de outra pessoa para mobilizar-se. A estrutura institucional e o processo de cuidar não atendem às necessidades do paciente, assim, não se faz a rigorosa mudança de decúbito como deveria ser feita, os colchões utilizados não são adequados, levando o paciente a uma permanência prolongada no leito, em uma só posição, o que causa excesso de pressão nas proeminências ósseas. Após a alta, o problema persiste, pois, segundo a percepção dos participantes da pesquisa, a família não tem conhecimento a respeito da prevenção e não presta cuidados adequados em casa. Quanto às medidas preventivas, houve diferença entre a percepção dos auxiliares/técnicos e a dos enfermeiros; estes últimos consideraram todos os descritores do questionário importantes para a prevenção, enquanto os auxiliares/técnicos não consideraram. Houve uma discrepância no que diz respeito aos fatores de risco, que os auxiliares/técnicos consideraram importantes e o que apontaram como intervenções para prevenir o problema.

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Biografia do Autor

  • Paula Cristina Nogueira, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo -FMRP/USP

    Enfermeira da Clínica Cirúrgica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo -FMRP/USP

  • Maria Helena L. Caliri, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - EERP/USP.

    Docente da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - EERP/USP.

  • Cláudia B. Santos, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - EERP/USP.

    Docente da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - EERP/USP.

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Publicado

2002-03-30

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Nogueira PC, Caliri MHL, Santos CB. FATORES DE RISCO E MEDIDAS PREVENTIVAS PARA ÚLCERA DE PRESSÃO NO LESADO MEDULAR. EXPERIÊNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO HCFMRP-USP. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 30º de março de 2002 [citado 26º de abril de 2024];35(1):14-23. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/787