Alterações eletrocardiográficas na intoxicação aguda por antidepressivo tricíclico e suas implicações clínicas

Autores

  • Carlos H. Miranda Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
  • Paula M. Luciano Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Carlos
  • Andrés R. P. Riera Faculdade de Medicina ABC
  • Antônio Pazin Filho Divisão de Emergências Clínicas do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v43i4p391-399

Palavras-chave:

Antidepressivos Tricíclicos. Overdose. Intoxicação. Eletrocardiografia.

Resumo

Introdução: A intoxicação aguda por antidepressivos tricíclicos é comum nas salas de emergência. Anormalidades no eletrocardiograma de 12 derivações (ECG) são associadas a este tipo de intoxicação, com implicações diagnósticas e prognósticas. O ECG pode ter valor incremental principalmente em situações de alteração de consciência, convulsões ou distúrbios do ritmo cardíaco associado. Objetivo: Revisar as principais alterações eletrocardiográficas descritas na intoxicação por antidepressivos tricíclicos e estabelecer suas implicações prognósticas no manejo desta condição clínica. Metodologia: Pesquisa bibliográfica no MEDLINE (PubMEd) limitada aos artigos publicados entre 1980 e 2010 em língua inglesa, utilizando-se unitermos (tricyclic antidepressant overdose OR tricyclic antidepressant intoxication OR tricyclic antidepressant poisoning OR tricyclic antidepressant ingestion AND electrocardiography). Dos 133 artigos identificados, foram selecionados 44 para a revisão.  Resultado: Foram identificados como alterações prevalentes com poder diagnóstico em ordem decrescente os seguintes achados: desvio dos 40 ms terminais do QRS para a direita do plano frontal (61,0-83,0%), taquicardia sinusal (40,7-57,7%), prolongamento do QTc (8,2-53,0%),relação R/S em aVR>0,7 (28,8-32,9%), prolongamento do QRS (8,2-21,3%) e padrão Brugada-like (2,3-15,3%).  Destes achados, somente o prolongamento do QRS foi prognóstico para morte, convulsão e arritmia e o prolongamento do QTc e a relação R/S em aVR>0,7 para arritmia ventricular. Para o padrão Brugada-like , as evidências são escassas, mas sugestivas de maior chance de convulsão e hipotensão. Conclusão: O ECG é um instrumento de fácil realização na sala de urgência, fornecendo informações diagnósticas e prognosticas para a intoxicação por tricíclicos, devendo ser realizado em todo paciente com suspeita desta intoxicação. 

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Biografia do Autor

  • Carlos H. Miranda, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

    Médico Assistente da Unidade Coronariana da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

  • Paula M. Luciano, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Carlos
    Docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Carlos
  • Andrés R. P. Riera, Faculdade de Medicina ABC

    Docente da Faculdade de Medicina ABC - Santo André

  • Antônio Pazin Filho, Divisão de Emergências Clínicas do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

    Docente da Divisão de Emergências Clínicas do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

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Publicado

2010-12-30

Edição

Seção

Artigo de Revisão

Como Citar

1.
Miranda CH, Luciano PM, Riera ARP, Pazin Filho A. Alterações eletrocardiográficas na intoxicação aguda por antidepressivo tricíclico e suas implicações clínicas. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 30º de dezembro de 2010 [citado 19º de abril de 2024];43(4):391-9. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/189