Avaliação do estudante na educação remota (ER) e à distância (EAD): como desenvolver de modo efetivo, enfatizando a devolutiva

Autores

  • Fábio Antônio Perecim Volpe Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Divisão de Cirurgia Pediátrica, Departamento de Cirurgia e Anatomia, Centro de Desenvolvimento Docente para o Ensino. https://orcid.org/0000-0001-5743-0325
  • Silvana Maria Quintana Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Setor de Obstetrícia, Centro de Desenvolvimento Docente para o Ensino. https://orcid.org/0000-0002-9311-786X
  • Marcos de Carvalho Borges Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Divisão de Emergências Clínicas, Departamento de Clínica Médica https://orcid.org/0000-0001-6280-0714
  • Luiz Ernesto de Almeida Troncon Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Divisão de Gastroenterologia, Departamento de Clínica Médica. https://orcid.org/0000-0002-8599-2410

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2021.184773

Palavras-chave:

Avaliação educacional, Avaliação do estudante, Educação profissional, Educação à distância, Covid-19, Avaliação formativa

Resumo

A avaliação do estudante, que constitui parte essencial da sua educação, sobretudo nas profissões da saúde, vem sofrendo grandes avanços nos seus conceitos fundamentais e, sobretudo, na sua prática cotidiana. Boa parte dessas mudanças relaciona-se à crescente utilização de estratégias de ensino e aprendizagem mediadas pela tecnologia da informação e comunicação (educação à distância ou ensino remoto), que foi, mais recentemente, acelerada pela pandemia do COVID-19. Deve ser também destacado que parte dessas mudanças implicou em maior reconhecimento da grande efetividade da avaliação formativa, desenvolvida, sobretudo, por meio da prática da devolutiva (feedback) frequente e de boa qualidade, seguindo recomendações técnicas adequadas. Neste artigo, apresentam-se alguns conceitos básicos de avaliação educacional e da avaliação do estudante, discute-se o papel estratégico da avaliação formativa e o poder da devolutiva (feedback), descrevem-se algumas das características da devolutiva efetiva e as correspondentes recomendações para a sua prática e descreve-se brevemente um conjunto de sugestões sobre possíveis maneiras efetivas de praticar a avaliação do estudante na educação remota e à distância, com ênfase na finalidade formativa, mas sem desconsiderar a somativa, que implica na tomada de decisões como aprovação ou reprovação.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Panúncio-Pinto MP, Troncon LEA. Avaliação do estudante – aspectos gerais. Medicina (Ribeirão Preto). 2014;47(3):314-23.

Borges MC, Miranda CH, Santana RC, Bollela VR. Avaliação fomativa e feedback como ferramenta de aprendizado na formação de profissionais de saúde. Medicina (Ribeirão Preto). 2014;47(3):324-31

Norcini J, Anderson MB, Bollela V, Burch V, Costa MJ, Duvivier R, et al. 2018 Consensus framework for good assessment. Med Teach. 2018;40(11):1102-9.

Norcini J, Anderson B, Bollela V, Burch V, Costa MJ, Duvivier R, et al. Criteria for good assessment: consensus statement and recommendations from the Ottawa 2010 Conference. Med Teach. 2011;33(3):206-14.

Conrad D, Openo J. Assessment strategies for online learning: Engagement and authenticity. Edmonton, Alberta, Canada: AU Press; 2018.

Gordon M, Patricio M, Horne L, Muston A, Alston SR, Pammi M, et al. Developments in medical education in response to the COVID-19 pandemic: A rapid BEME systematic review: BEME Guide No. 63. Med Teach. 2020;42(11):1202-15.

Butler-Henderson K, Crawford J. A systematic review of online examinations: A pedagogical innovation for scalable authentication and integrity. Comput Educ. 2020;159:104024.

Rahim AFA. Guidelines for Online Assessment in Emergency Remote Teaching during the COVID-19 Pandemic. Education in Medicine Journal. 2020;12(2):59–68.

Bollela VR, Castro M. Avaliação de programas educacionais nas profissões da saúde: conceitos básicos. Medicina (Ribeirao Preto). 2014;47(3):332-42.

Vianna HM. Introdução à avaliação educacional. São Paulo: IBRASA. 1989.

Troncon LEA. Estruturação de Sistemas para Avaliação Programática do Estudante de Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica. 2016;1:30-42

Norcini J, Burch V. Workplace-based assessment as an educational tool: AMEE Guide No. 31. Med Teach. 2007;29(9):855-71.

Little JL, Bjork EL, Bjork RA, Angello G. Multiple-choice tests exonerated, at least of some charges: fostering test-induced learning and avoiding test-induced forgetting. Psychol Sci. 2012;23(11):1337-44.

Akimov A, Malin M. When old becomes new: a case study of oral examination as an online assessment tool. Assessment & Evaluation in Higher Education. 2020;45(8):1205-21

Hannon P, Lappe K, Griffin C, Roussel D, Colbert-Getz J. An objective structured clinical examination: From examination room to Zoom breakout room. Med Educ. 2020;54(9):861.

Harden RM. Ten key features of the future medical school-not an impossible dream. Med Teach. 2018;40(10):1010-5.

Swanwick T. Understanding Medical Education: Evidence, Theory and Practice: Wiley–Blackwell; 2010.

Rushton A. Formative assessment: a key to deep learning? Med Teach. 2005;27(6):509-13.

Hattie J. Measuring the Effects of Schooling. Australian Journal of Education. 1992;36(1):5-13.

van de Ridder JM, McGaghie WC, Stokking KM, ten Cate OT. Variables that affect the process and outcome of feedback, relevant for medical training: a meta-review. Med Educ. 2015;49(7):658-73.

Johnson CE, Weerasuria MP, Keating JL. Effect of face-to-face verbal feedback compared with no or alternative feedback on the objective workplace task performance of health professionals: a systematic review and meta-analysis. BMJ Open. 2020;10(3):e030672.

Van der Kleij FM, Feskens RCW, Eggen TJHM. Effects of Feedback in a Computer-Based Learning Environment on Students’ Learning Outcomes: A Meta-Analysis. Review of Educational Research. 2015;85(4):475-511.

Hauer KE, Holmboe ES, Kogan JR. Twelve tips for implementing tools for direct observation of medical trainees' clinical skills during patient encounters. Med Teach. 2011;33(1):27-33.

van de Ridder JM, Stokking KM, McGaghie WC, ten Cate OT. What is feedback in clinical education? Med Educ. 2008;42(2):189-97.

Gibbs G. Using assessment strategically to change the way students learn. In: Brown S, Glasner A, editors. Assessment Matters in Higher Education: Choosing and Using Diverse Approaches: Open University Press; 1999.

Zeferino AMB, Domingues RCL, Amaral E. Feedback como estratégia de aprendizado no ensino médico. Rev bras educ méd. 2007;31(2):176-9.

Ramani S. Twelve tips to improve bedside teaching. Med Teach. 2003;25(2):112-5.

Hewson MG, Little ML. Giving feedback in medical education: verification of recommended techniques. J Gen Intern Med. 1998;13(2):111-6.

Krackov SK. Expanding the horizon for feedback. Med Teach. 2011;33(11):873-4.

Wood BP. Feedback: a key feature of medical training. Radiology. 2000;215(1):17-9.

Cantillon P, Sargeant J. Giving feedback in clinical settings. BMJ. 2008;337:a1961.

Krackov SK. Giving feedback. In: Dent JA, Harden RM, editors. A Practical Guide for Medical Teachers. 3rd ed: Elsevier; 2009.

Bing-You RG, Paterson J, Levine MA. Feedback falling on deaf ears: residents' receptivity to feedback tempered by sender credibility. 1997;19(1):40-4.

Van Hell EA, Kuks JB, Raat AN, Van Lohuizen MT, Cohen-Schotanus J. Instructiveness of feedback during clerkships: influence of supervisor, observation and student initiative. Med Teach. 2009;31(1):45-50.

Pendleton D, Scofield T, Tate P, Havelock P. The Consultation: An Approach to Learning and Teaching. Oxford: Oxford University Press; 1984.

Lucas JH, Stallworth JR. Providing difficult feedback: TIPS for the problem learner. Fam Med. 2003;35(8):544-6.

Milan FB, Dyche L, Fletcher J. "How am I doing?" Teaching medical students to elicit feedback during their clerkships. Med Teach. 2011;33(11):904-10.

Krackov SK, Pohl H. Building expertise using the deliberate practice curriculum-planning model. Med Teach. 2011;33(7):570-5.

Rocha HV. O ambiente TelEduc para educação a distância baseada na web: Princípios, funcionalidades e perspectivas de desenvolvimento. In: Moraes MC, editor. Educação a distância: fundamentos e práticas. Campinas: UNICAMP/NIED; 2002. p. 197-212.

Rosa M, Maltempi MM. A avaliação vista sob o aspecto da educação a distância. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação. 206;14:57-75.

Bennett RE. Formative assessment: a critical review. Assessment in Education: Principles, Policy & Practice. 2011;18(1):5-25.

Santos L. A articulação entre a avaliação somativa e a formativa, na prática pedagógica: uma impossibilidade ou um desafio? Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação. 2016;24(637):637-69

Harlen W. Teachers' summative practices and assessment for learning – tensions and synergies. The Curriculum Journal. 2007;16(2):207-23.

Harlen W, James M. Assessment and Learning: differences and relationships between formative and summative assessment. Assessment in Education: Principles, Policy & Practice. 2006;4(3):365-79.

Gaur U, Majumder MAA, Sa B, Sarkar S, Williams A, Singh K. Challenges and Opportunities of Preclinical Medical Education: COVID-19 Crisis and Beyond. SN Compr Clin Med. 2020:1-6.

Kenski VM. Tecnologias e ensino presencial e a distância: Papirus Editora; 2003.

Dragan IF, Yildiz LF, Dunn K, Ramesh A. Integrating remote proctoring in dental education: Problem, solution, and results. J Dent Educ. 2020 Jul 11. doi:10.1002/jdd.12307.

Downloads

Publicado

2021-08-20 — Atualizado em 2021-08-23

Como Citar

1.
Volpe FAP, Quintana SM, Borges M de C, Troncon LE de A. Avaliação do estudante na educação remota (ER) e à distância (EAD): como desenvolver de modo efetivo, enfatizando a devolutiva. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 23º de agosto de 2021 [citado 16º de abril de 2024];54(Supl 1):e-184773. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/184773