Perfil clínico-epidemiológico de pacientes de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, com Aids e infecções oportunistas

Autores

  • Alcyone Artioli Machado Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Departamento de Clínica Médica
  • José Fernando de Castro Figueiredo Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Departamento de Clínica Médica
  • Ana Paula E. P. Goulart Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Valéria Palavéri Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Roberto Martinez Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Departamento de Clínica Médica

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v30i1p106-112

Palavras-chave:

HIV, Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, Infecções Oportunistas, Epidemiologia

Resumo

Com o fim de estudar as características clínicas e epidemiológicas dos pacientes com AIDS, atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (HCFMRP), revisaram-se os prontuários de 296 pacientes, atendidos no período de 1987 a 1991, analisando-se os seguintes parâmetros: idade, cor, sexo, procedência, comportamento de risco, tipos de complicações infecciosas, causa provável do óbito e tempo de sobrevida. A maioria dos pacientes residia em Ribeirão Preto (72%). A idade média foi de 30 anos,sendo que 89% tinha menos de 40 anos, com predomínio do sexo masculino (85%) e da raça branca (78%); 54% relatavam uso de drogas ilícitas endovenosas,13%, homossexualismo, 10%, heterossexualismo. As complicações infecciosas mais freqüentes foram: candidíase oral (80%), pneumonia bacteriana (36%), pneumonia por P. carinii (34%), tuberculose pulmonar (32%), neurotoxoplasmose (29%), candidíase do esôfago (24%), neurocriptococose (16%) e histoplasmose (5%). A maioria dos pacientes (68%) apresentou 3 ou mais complicações infecciosas, concomitantes, fato que esteve associado à maior taxa de mortalidade (85%). A mediana de sobrevida, após o diagnóstico de AIDS, foi de apenas 4 meses. A neurocriptococose foi a complicação mais freqüentemente associada ao óbito (46%), seguida pela neurotoxoplasmose (35%), pneumonia bacteriana (33%), pneumonia pelo P. carinii (23%) e tuberculose (17%). Conclui-se que o paciente com AIDS grupo IV C, atendido no HCFMRP, apresenta as seguintes características: jovem, sexo masculino, usuário de drogas endovenosas, com infecções oportunistas múltiplas e concomitantes, de alta letalidade, com baixa sobrevida. As causas de óbito mais freqüentes foram infecções do sistema nervoso central e complicações pulmonares.

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Publicado

1997-03-30

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Machado AA, Figueiredo JF de C, Goulart APEP, Palavéri V, Martinez R. Perfil clínico-epidemiológico de pacientes de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, com Aids e infecções oportunistas. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 30º de março de 1997 [citado 25º de abril de 2024];30(1):106-12. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/836