Diferenças no consumo alimentar da população brasileira por raça/cor da pele em 2017–2018

Autores

  • Janaína Calu Costa Universidade Federal de Pelotas. Centro Internacional para Equidade em Saúde. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. Pelotas, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0002-7912-8685
  • Amanda Cristina da Silva de Jesus Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Programa de Pós-Graduação em Nutrição em Saúde Pública. São Paulo, SP, Brasil https://orcid.org/0000-0002-0125-0808
  • Juliana Giaj Levra de Jesus Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Programa de Pós-Graduação em Nutrição em Saúde Pública. São Paulo, SP, Brasil https://orcid.org/0000-0003-0166-5568
  • Mariana Ferreira Madruga Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. São Paulo, SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-9141-8079
  • Thays Nascimento Souza Universidade de São Paulo. Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde. São Paulo, SP, Brasil https://orcid.org/0000-0001-5405-5398
  • Maria Laura da Costa Louzada Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Programa de Pós-Graduação em Nutrição em Saúde Pública. São Paulo, SP, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3756-2301

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2023057004000

Palavras-chave:

Alimentos, Dieta e Nutrição, Fatores Raciais, Fatores Socioeconômicos, Inquéritos Nutricionais

Resumo

OBJETIVO: Avaliar o consumo alimentar no Brasil por raça/cor da pele da população. MÉTODOS: Foram analisados dados de consumo alimentar da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017–2018. Alimentos e preparações culinárias foram agrupados em 31 itens, compondo três grupos principais, definidos por características do processamento industrial: 1 – in natura/minimamente processados, 2 – processados e 3 – ultraprocessados. O percentual de calorias de cada grupo foi estimado por categorias de raça/cor da pele – branca, preta, parda, indígena e amarela –, utilizando-se regressão linear bruta e ajustada para sexo, idade, escolaridade, renda, macrorregião e área. RESULTADOS: Nas análises brutas, o consumo de alimentos in natura/minimamente processados foi menor para amarelos [66,0% (Intervalo de Confiança 95% 62,4–69,6)] e brancos [66,6% (IC95% 66,1–67,1)] que para pretos [69,8% (IC95% 68,9–70,8)] e pardos [70,2% (IC95% 69,7–70,7)]. Amarelos consumiram menos alimentos processados, com 9,2% das calorias (IC95% 7,2–11,1) enquanto os demais consumiram aproximadamente 13%. Ultraprocessados foram menos consumidos por pretos [16,6% (IC95% 15,6–17,6)] e pardos [16,6% (IC95% 16,2–17,1)], e o maior consumo ocorreu entre brancos [20,1% (IC95% 19,6–20,6)] e amarelos [24,5% (IC95% 20,0–29,1)]. O ajuste dos modelos reduziu a magnitude das diferenças entre as categorias de raça/cor da pele. A diferença entre pretos e pardos em relação aos brancos diminuiu, de três pontos percentuais (pp), para 1,2 pp no consumo de alimentos in natura/minimamente processados e as maiores diferenças remanescentes foram no consumo de arroz e feijão, com maior percentual na alimentação de pretos e pardos. A participação de alimentos processados permaneceu aproximadamente 4 pp menor para amarelos. O consumo de ultraprocessados diminuiu aproximadamente 2 pp para brancos e amarelos; por outro lado, aumentou 1 pp no consumo de pretos, pardos e indígenas. CONCLUSÃO: Diferenças no consumo alimentar segundo raça/cor da pele foram encontradas e são influenciadas por condições socioeconômicas e demográficas.

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Publicado

2023-02-17

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Costa, J. C., Jesus, A. C. da S. de, Jesus, J. G. L. de, Madruga, M. F., Souza, T. N., & Louzada, M. L. da C. (2023). Diferenças no consumo alimentar da população brasileira por raça/cor da pele em 2017–2018. Revista De Saúde Pública, 57(1), 4. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2023057004000