Estudo das condições de saúde das crianças do Município de São Paulo (Brasil), 1984/1985: VII - Parasitoses intestinais

Autores

  • Carlos Augusto Monteiro Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição
  • Pedro Paulo Chieffi Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Instituto Adolfo Lutz; Serviço de Parasitologia
  • Maria Helena D'Aquino Benicio Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição
  • Rosa Maria de Souza Dias Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Instituto Adolfo Lutz; Serviço de Parasitologia
  • Domingas M. A. Grispino Vieira Torres Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Instituto Adolfo Lutz; Serviço de Parasitologia
  • Ana Célia Steffen Mangini Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Instituto Adolfo Lutz; Serviço de Parasitologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101988000100002

Palavras-chave:

Saúde da criança, Inquéritos epidemiológicos, Enteropatias parasitárias^i1^sincidên, Fatores socioeconômicos, Fatores etários

Resumo

Como parte de estudo populacional sobre condições de saúde na infância, uma amostra representativa das crianças menores de cinco anos residentes no Município de São Paulo, SP (Brasil) (n=695) foi submetida a exames parasitológicos de fezes. Os exames foram realizados através da técnica de sedimentação e, quando as fezes tinham consistência amolecida ou liquefeita, também pela técnica do exame direto. A prevalência de enteroparasitoses em geral foi de 30,9%, sendo de 16,4%, 14,5% e 12,5% as prevalências específicas da ascaridíase, giardíase e tricuríase. Prevalências inferiores foram assinaladas para os enteroparasitas E. histolytica, H. nana e S. stercoralis, respectivamente 2,0%, 0,9% e 0,3%. Em apenas uma criança foram encontrados ovos de ancilostomídeos e em nenhuma delas ovos de Schistosoma mansoni. Das crianças examinadas, 13,1% apresentaram duas ou mais espécies de enteroparasitas e 4,8% três ou mais. As prevalências atuais, comparadas às prevalências encontradas em 1973/74 por outro inquérito populacional realizado no município, indicam queda expressiva da ascaridíase e tricuríase, mas não da giardíase. A estratificação das prevalências segundo faixa etária revelou aumento significativo com a idade da criança, chamando atenção o aumento que ocorre do primeiro para o segundo ano de vida. As enteroparasitoses aumentam também significativamente sua freqüência à medida que piora o nível socioeconômico, chegando a ser de nove vezes a diferença de prevalência existente entre os estratos socioeconômicos extremos da população. No caso específico da giardíase o gradiente socioeconômico foi consideravelmente menor do que o encontrado para as demais enteroparasitoses, o que confirma a maior complexidade epidemiológica do problema.

Downloads

Publicado

1988-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Monteiro, C. A., Chieffi, P. P., Benicio, M. H. D., Dias, R. M. de S., Torres, D. M. A. G. V., & Mangini, A. C. S. (1988). Estudo das condições de saúde das crianças do Município de São Paulo (Brasil), 1984/1985: VII - Parasitoses intestinais . Revista De Saúde Pública, 22(1), 8-15. https://doi.org/10.1590/S0034-89101988000100002