Estudo de seguimento por dois anos de idosos residentes em São Paulo, Brasil: metodologia e resultados preliminares
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0034-89101998000500001Palavras-chave:
Saúde do idoso, Doença crônica^i2^sepidemiolo, Estudos longitudinais, Idoso debil, EnvelhecimentoResumo
INTRODUÇÃO: Estudos transversais recentes mostraram alta prevalência de doenças crônicas e incapacidades físicas entre idosos. Considerando o rápido processo de envelhecimento do Brasil e as conseqüências que esse aumento de idosos com doenças crônicas e incapacidades associadas acarretará para o sistema de saúde, fazia-se necessário estudo que pudesse superar as limitações dos dados transversais, permitindo determinar quais os fatores determinantes de uma vida longa e livre de doenças incapacitantes, o chamado envelhecimento bem sucedido. É apresentada a metodologia do primeiro estudo epidemiológico longitudinal com idosos residentes na comunidade, no Brasil. MÉTODO: O perfil do cohorte inicial é comparado com dados de estudos anteriores a com o perfil dos não respondentes para avaliar a validade de análises longitudinais futuras.O projeto EPIDOSO (Epidemiologia do Idoso) seguiu por dois anos 1.667 idosos (65+), residentes em São Paulo. Consistiu de duas ondas, cada qual com três inquéritos: domiciliar, clínico e laboratorial. RESULTADOS E CONCLUSÕES: O perfil da população não diferiu de estudos anteriores, mostrando maioria de mulheres, viúvas, vivendo em domicílios multigeracionais, com uma alta prevalência de doenças crônicas, distúrbios psiquiátricos e incapacidades físicas. A despeito de todas as dificuldades inerentes a um estudo longitudinal, o grupo de não-respondentes ao segundo inquérito domiciliar não diferiu significativamente dos respondentes, assegurando análises longitudinais livres desse tipo de viés. Em relação aos inquéritos clínico e laboratorial, os não-respondentes mostraram-se mais velhos e mais incapacitados que os respondentes, limitando o uso dos dados clínicos e laboratoriais a análises pertinentes a uma cohorte mais jovem e saudável. Sexo, educação, apoio familiar e nível socioeconômico não influenciaram de forma significativa a taxa de não - resposta, ao contrário do que se costuma verificar.Downloads
Publicado
1998-10-01
Edição
Seção
Artigos Originais
Como Citar
Ramos, L. R., Toniolo N., J., Cendoroglo, M. S., Garcia, J. T., Najas, M. S., Perracini, M., Paola, C. R., Santos, F. C., Bilton, T., Ebel, S. J., Macedo, M. B. M., Almada F., C. M., Nasri, F., Miranda, R. D., Gonçalves, M., Santos, A. L. P., Fraietta, R., Vivacqua N., I., Alves, M. L. M., & Tudisco, E. S. (1998). Estudo de seguimento por dois anos de idosos residentes em São Paulo, Brasil: metodologia e resultados preliminares . Revista De Saúde Pública, 32(5), 397-407. https://doi.org/10.1590/S0034-89101998000500001