Dominância de Aedes aegypti sobre Aedes albopictus no litoral sudeste do Brasil

Autores

  • Ricardo A Passos Superintendência de Controle de Endemias; Laboratório de Culicídeos
  • Gisela R A M Marques Superintendência de Controle de Endemias; Laboratório de Culicídeos
  • Júlio C Voltolini Universidade de Taubaté; Departamento de Biologia
  • Maria Lúcia F Condino SUCEN; Serviço Regional 3

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000600007

Palavras-chave:

Aedes, Ecologia de vetores, Insetos vetores, Dengue, Febre amarela, Controle de vetores

Resumo

OBJETIVO: Analisar a infestação de Aedes aegypti e Aedes albopictus e verificar sua associação com fatores climáticos e com a sua freqüência em recipientes de área urbana. MÉTODOS: Foi selecionado o município de São Sebastião, localizado no litoral Sudeste do Brasil. Foram utilizados os dados do "Programa de Controle de Vetores de Dengue e Febre Amarela no Estado de São Paulo" que realiza a vigilância entomológica em pontos estratégicos, armadilhas e delimitação de focos. Os pontos estratégicos são imóveis onde existem recipientes em condições favoráveis à proliferação de larvas. Para análise dos dados, foram utilizados os testes de significância estatística: Kruskal-Wallis, Dwass-Steel-Chritchlow-Fligne e Mann-Whitney. RESULTADOS: Verificou-se crescimento anual da positividade de armadilhas e pontos estratégicos para Ae. aegypti e diminuição para Ae. albopictus. Observou-se aumento do número de imaturos de Ae. aegypti e diminuição da outra espécie. Na positividade de imóveis para a presença de larvas, verificou-se aumento gradativo do número de imóveis com Ae. Aegypti, superando a positividade para Ae. albopictus. Houve uma fraca correlação das espécies com os fatores abióticos. As maiores freqüências de imaturos de ambas espécies foram em recipientes artificiais passíveis de remoção. CONCLUSÕES: Os resultados evidenciaram no período de estudo a predominância de Ae. aegypti sobre Ae. albopictus em área urbana, indicando que o crescimento populacional do primeiro parece ter afetado a chance de sua coexistência. Sugere-se que algum processo de seleção natural possa estar operando e desse modo contribuindo para levar à separação das duas espécies.

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Publicado

2003-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Passos, R. A., Marques, G. R. A. M., Voltolini, J. C., & Condino, M. L. F. (2003). Dominância de Aedes aegypti sobre Aedes albopictus no litoral sudeste do Brasil . Revista De Saúde Pública, 37(6), 729-734. https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000600007