Prevalência e fatores de risco para transtornos mentais comuns entre estudantes de medicina

Autores/as

  • Maria Cristina Pereira Lima Universidade Estadual Paulista; Faculdade de Medicina de Botucatu; Departamento de Neurologia e Psiquiatria
  • Mariana de Souza Domingues Universidade Estadual Paulista; Faculdade de Medicina de Botucatu; Departamento de Neurologia e Psiquiatria
  • Ana Teresa de Abreu Ramos Cerqueira Universidade Estadual Paulista; Faculdade de Medicina de Botucatu; Departamento de Neurologia e Psiquiatria

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000700011

Palabras clave:

Estudantes de medicina, Transtornos mentais^i1^sepidemiolo, Fatores de risco

Resumen

OBJETIVO: Estimar a prevalência de transtornos mentais comuns entre estudantes de medicina e respectivos fatores de risco. MÉTODOS: Estudo transversal realizado com 551 universitários de um curso de medicina de Botucatu, SP. Utilizou-se questionário auto-aplicável investigando aspectos sócio demográficos, relacionados ao curso e o Self Reporting Questionnaire. Para análise dos dados empregaram-se os testes de qui-quadrado e regressão logística. RESULTADOS: Participaram 82,6% dos alunos matriculados no curso, predominando mulheres (61%), jovens (60% 20-23 anos), procedentes de outros municípios (99%). A prevalência de transtornos mentais comuns foi de 44,7% associando-se independentemente a: dificuldade para fazer amigos (RC=2,0), avaliação ruim sobre desempenho escolar (RC=1,7), pensar em abandonar o curso (RC=5,0), não receber o apoio emocional de que necessita (RC=4,6). Embora na primeira análise a prevalência tenha se mostrado associada ao ano do curso, esta associação não se manteve na análise multivariada. CONCLUSÕES: A prevalência de transtornos mentais comuns mostrou-se elevada entre os estudantes de medicina, associando-se a variáveis relacionadas à rede de apoio. As experiências emocionalmente tensas como o contato com pacientes graves, formação de grupos, entre outras, vividas nos últimos anos do curso, são provavelmente potentes estressores, especialmente para sujeitos com uma rede de apoio considerada deficiente. Sugere-se que instituições formadoras estejam atentas a esse fato, estabelecendo intervenções voltadas ao acolhimento e ao cuidado com o sofrimento dos estudantes.

Publicado

2006-12-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Lima, M. C. P., Domingues, M. de S., & Cerqueira, A. T. de A. R. (2006). Prevalência e fatores de risco para transtornos mentais comuns entre estudantes de medicina . Revista De Saúde Pública, 40(6), 1035-1041. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000700011