Raiva em morcegos na região norte-noroeste do Estado de São Paulo: 1997-2002

Autores

  • Elenice Maria Sequetin Cunha Instituto Biológico de São Paulo; Laboratório de Raiva e Encefalites Virais; Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal
  • Luzia Helena Queiroz da Silva Universidade Estadual Paulista; Faculdade de Medicina Veterinária
  • Maria do Carmo Custódio Souza Hunold Lara Instituto Biológico de São Paulo; Laboratório de Raiva e Encefalites Virais; Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal
  • Alessandra Figueiredo Castro Nassar Instituto Biológico de São Paulo; Laboratório de Raiva e Encefalites Virais; Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal
  • Avelino Albas Pólo da Alta Sorocabana
  • Mirian Matos Sodré Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo
  • Wagner André Pedro Universidade Estadual Paulista; Faculdade de Medicina Veterinária

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000700017

Palavras-chave:

Quirópteros, Vírus da raiva, Zonas urbanas, Phlilostomidae, Vespertilionidae, Molossidae

Resumo

OBJETIVO: Os relatos sobre a ocorrência de raiva em morcegos no Brasil são esporádicos e isolados. Assim, o objetivo do estudo foi descrever a detecção do vírus da raiva em morcegos do Estado de São Paulo. MÉTODOS: Foram analisados 7.393 morcegos provenientes de 235 municípios do norte e noroeste do Estado de São Paulo, no período de 1997 a 2002 e identificados por meio de características morfológicas e morfométricas. Para a detecção do antígeno viral foi utilizada a técnica de imunofluorescência direta e o isolamento do vírus foi realizado por inoculação em camundongos. RESULTADOS: Das amostras examinadas, 1,3% foram positivas para raiva, com variação de 0,2% em 1997 a 1,6% em 2001. Foram encontrados 98 morcegos com o vírus, 87 deles em área urbana. O vírus da raiva foi detectado pela imunofluorescência direta em 77 do total de amostras positivas, enquanto 92 produziram doença em camundongos inoculados e o período de incubação variou entre 4-23 dias. Em 43 municípios foi encontrado pelo menos um morcego positivo. Entre as espécies analisadas o vírus da raiva foi detectado com maior freqüência (33,7%) em Artibeus lituratus. Os vespertilionideos do gênero Eptesicus e Myotis totalizaram 24,5% dos morcegos positivos e as espécies do gênero Molossus (Molossus molossus e Molossus rufus), 14,3%. A distribuição do vírus da raiva foi semelhante entre fêmeas (33; 48,5%) e machos (35; 51,5%). CONCLUSÕES: Morcegos positivos para raiva foram encontrados em situações que colocam em risco tanto a população humana como animais de estimação, exigindo medidas voltadas para o manejo destas espécies e de educação da população.

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Publicado

2006-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Cunha, E. M. S., Silva, L. H. Q. da, Lara, M. do C. C. S. H., Nassar, A. F. C., Albas, A., Sodré, M. M., & Pedro, W. A. (2006). Raiva em morcegos na região norte-noroeste do Estado de São Paulo: 1997-2002 . Revista De Saúde Pública, 40(6), 1082-1086. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000700017