Influência da renda na associação entre disfunção cognitiva e polifarmácia: Projeto Bambuí

Autores

  • Antônio I de Loyola Filho Universidade Federal de Minas Gerais; Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento
  • Elizabeth Uchoa Universidade Federal de Minas Gerais; Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento
  • Josélia O A Firmo Universidade Federal de Minas Gerais; Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento
  • Maria Fernanda Lima-Costa Universidade Federal de Minas Gerais; Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000100012

Palavras-chave:

Saúde do idoso, Polifarmácia, Farmacoepidemiologia, Uso de medicamentos, Disfunção cognitiva, Renda

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a prevalência da polifarmácia e a influência da renda na associação entre uso de medicamentos e disfunção cognitiva, entre idosos. MÉTODOS: Dos 1.606 integrantes da linha base da coorte de idosos de Bambuí (Minas Gerais), iniciada em 1997, 1.554 participaram do estudo. Todos os participantes foram submetidos ao questionário mini-exame do estado mental. A associação entre disfunção cognitiva e polifarmácia foi testada por meio de regressões ordinais multivariadas, realizadas para a população total e para cada um dos estratos de renda. RESULTADOS: A prevalência de polifarmácia (consumo de dois ou mais medicamentos) foi de 70,4%, e o número de medicamentos consumidos mostrou-se negativa e independentemente associado à disfunção cognitiva (OR=0,72; IC 95%: 0,55;0,95). Quando estratificada pela renda pessoal (<2 salários mínimos versus >; 2), observou-se associação negativa entre uso de medicamentos e disfunção cognitiva entre idosos com renda mais baixa (OR=0,64; IC95%: 0,48;0,86), mas não entre aqueles de renda mais elevada (OR=1,74; IC 95%: 0,81;3,74). CONCLUSÕES: Com referência à associação entre disfunção cognitiva e número de medicamentos consumidos, os resultados indicam desigualdade social no uso de medicamentos. É possível que esses idosos não estejam consumindo os medicamentos necessários ao adequado tratamento de seus problemas de saúde.

Publicado

2008-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Loyola Filho, A. I. de, Uchoa, E., Firmo, J. O. A., & Lima-Costa, M. F. (2008). Influência da renda na associação entre disfunção cognitiva e polifarmácia: Projeto Bambuí . Revista De Saúde Pública, 42(1), 89-99. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000100012