Propagandas de medicamentos psicoativos: análise das informações científicas

Autores

  • Patrícia C Mastroianni Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita; Faculdade de Ciências Farmacêuticas.; Departamento de Fármacos e Medicamentos
  • Ana Regina Noto Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina; Departamento de Psicobiologia
  • José Carlos F Galduróz Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina; Departamento de Psicobiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102008005000023

Palavras-chave:

Psicotrópicos, Propagandista de Laboratório, Controle da Publicidade de Produtos, Sistemas de Medicação no Hospital, Política Nacional de Medicamentos, Revisão

Resumo

OBJETIVO: Segundo a Organização Mundial da Saúde, as propagandas de medicamentos devem ser fidedignas, exatas, verdadeiras, informativas, equilibradas, atualizadas e passíveis de comprovação. O objetivo do estudo foi avaliar as propagandas de medicamentos psicoativos divulgadas a médicos, em relação à concordância das informações contidas nas peças publicitárias com as suas respectivas referências bibliográficas e à acessibilidade dessas referências citadas. MÉTODOS: A coleta de dados foi realizada durante o ano de 2005, em Araraquara, SP. Foram coletadas e analisadas propagandas de 152 medicamentos, num total de 304 referências. As referências bibliográficas foram solicitadas aos serviços de atendimento ao cliente dos laboratórios e consultadas nas bibliotecas da rede UNESP (Ibict, Athenas), BIREME (SciELO, PubMed, periódicos catalogados de acesso livre) e periódicos CAPES. As afirmações das propagandas foram conferidas com as das referências por meio da técnica de análise de conteúdo. RESULTADOS: Das referências citadas nas propagandas, 66,7% foram acessadas. De 639 afirmações identificadas, foi possível analisar 346 (54%). Verificou-se que 67,7% das afirmações das propagandas conferiam com suas referências e as demais não conferiam ou conferiam parcialmente. Entre as propagandas analisadas, foi observada média de 2,5 (1-28) referências citadas por propaganda. No corpo das propagandas, foram identificadas 639 informações que estavam explicitamente associadas à pelo menos uma das referências citadas (média de 3,5 informações por propaganda). CONCLUSÕES: Os resultados evidenciaram a dificuldade de acesso às referências. As mensagens de eficácia, segurança, custos, entre outras, nem sempre estão respaldadas por estudos científicos. São necessárias mudanças nas exigências legais e fiscalização efetiva das promoções de medicamentos.

Publicado

2008-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Mastroianni, P. C., Noto, A. R., & Galduróz, J. C. F. (2008). Propagandas de medicamentos psicoativos: análise das informações científicas . Revista De Saúde Pública, 42(3), 529-535. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008005000023