Monitorização da mortalidade na coorte de nascimentos de 1982 a 2006, Pelotas, RS

Autores

  • Bernardo L Horta Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Denise P Gigante Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Juliana S Candiota Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Fernando C Barros Universidade Católica de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento
  • Cesar G Victora Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000900015

Palavras-chave:

Mortalidade, Fatores de risco, Fatores Socioeconômicos, Estudos de Coortes, Brasil

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a mortalidade em uma coorte acompanhada desde o nascimento em 1982 até 2006 e examinar os fatores associados. MÉTODOS: Em 1982, todas as 5.914 crianças nascidas nos hospitais em Pelotas (RS) foram identificadas e acompanhadas prospectivamente. Entre 1982 e 1987, a ocorrência de óbitos foi monitorada por meio de visitas regulares aos hospitais, cemitérios e serviço de registro de óbitos. A partir de 1987, os dados de óbitos foram obtidos somente do Sistema de Informações sobre Mortalidade . As variáveis estudadas foram: sexo, cor da pele materna, escolaridade materna, renda familiar, peso ao nascer, peso e estatura por idade. Foi utilizada a regressão de Poisson para estimar o risco relativo de mortalidade. RESULTADOS: Entre 1982 e 2006 foram identificados 288 óbitos. O coeficiente de mortalidade infantil foi de 36 óbitos/1.000 nascidos vivos; e nos grupos etários 1-4 anos, 5-14 anos e 15-24 anos foi de 14,4, 4,1 e 5,4 óbitos para cada 1.000 indivíduos vivos no início do período, respectivamente. Em todas as faixas etárias, a mortalidade foi maior entre indivíduos de renda familiar baixa, com risco relativo de 2,89 (IC 95%: 2,08; 4,03) na comparação entre o primeiro e o terceiro tercil, após controle para sexo e cor da pele. Baixo peso ao nascer e déficits de altura por idade e peso para altura aos dois anos de idade estiveram associados com maior risco de mortalidade até os 4 anos, mas não a partir desta idade. CONCLUSÕES: O efeito da iniqüidade social na infância persiste até o início da vida adulta, mas o peso ao nascer e o estado nutricional na infância não têm efeito duradouro sobre a mortalidade de adolescentes e adultos jovens.

Publicado

2008-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Horta, B. L., Gigante, D. P., Candiota, J. S., Barros, F. C., & Victora, C. G. (2008). Monitorização da mortalidade na coorte de nascimentos de 1982 a 2006, Pelotas, RS . Revista De Saúde Pública, 42(suppl.2), 108-114. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000900015