Diferenciais intra-urbanos de peso ao nascer no município de São Paulo

Autores

  • Elaine Garcia Minuci Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados
  • Márcia Furquim de Almeida Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000011

Palavras-chave:

Recém-Nascido de Baixo Peso, Cuidado Pré-Natal, Fatores de Risco, Fatores Socioeconômicos, Vulnerabilidade em Saúde, Diferenciais intra-urbanos, Epidemiologia, Nascimento de pré-termo

Resumo

OBJETIVO: Identificar diferenciais intra-urbanos e fatores de risco na prevalência de baixo peso ao nascer. MÉTODOS: Foram utilizadas as informações das declarações de nascido vivo de mães residentes no município de São Paulo, obtidos do Sistema de Informação de Nascidos Vivos e Fundação Seade, para o período de 2002 e 2003, totalizando 368.980 nascidos vivos. Os endereços foram geo-referenciados em setores censitários e classificados em seis grupos de vulnerabilidade segundo o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social. Para identificação dos possíveis fatores de risco empregou-se análise de regressão logística. RESULTADOS: Observou-se tendência de crescimento da prevalência de baixo peso ao nascer com aumento da vulnerabilidade (de 6,8% a 8,1%). Houve diferenças significativas entre os grupos quanto às características maternas, assistência pré-natal e da proporção de nascimentos de não pré-termo de baixo peso. No grupo de baixo peso não pré-termo, proxy da presença de retardo do crescimento intra-uterino, residir em áreas vulneráveis (1,29;1,17-1,43) e características socioeconômicas maternas desaforáveis, como mães adolescentes (1,13;1,04-1,22), baixa escolaridade (1,26;1,17-1,35) e elevada paridade (1,10;1,01-1,20) foram fatores de risco, assim como mães idosas (1,38;1,30-1,47), e sem companheiro (1,15;1,11-1,20). A ausência de pré-natal apresentou o maior risco de baixo peso para nascimentos de pré-termo (3,39;2,86-4,02) e não pré-termo (2,12;1,87-2,41). Houve redução de risco de baixo peso com o aumento de consultas de pré-natal para nascimentos de pré-termo e não pré-termo. CONCLUSÕES: Há diferenças de prevalência de baixo peso ao nascer segundo grupos de vulnerabilidade. A assistência pré-natal mostrou-se desigual segundo grupos de vulnerabilidade e seu elevado risco para o baixo peso ao nascer indica a importância de ampliar o acesso e qualidade dos serviços de saúde.

Publicado

2009-04-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Minuci, E. G., & Almeida, M. F. de. (2009). Diferenciais intra-urbanos de peso ao nascer no município de São Paulo . Revista De Saúde Pública, 43(2), 256-266. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000011