Teste rápido para o HIV como estratégia de prevenção da transmissão vertical no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000034Palavras-chave:
Gestantes, Cuidado Pré-Natal, Aleitamento Materno, Sorodiagnóstico da AIDS, Infecções por HIV^i2^sdiagnóst, Transmissão Vertical de Doença Infecciosa, Síndrome de Imunodeficiência Adquirida^i2^sprevenção & contrResumo
OBJETIVO: Analisar a viabilidade da testagem rápida para o HIV entre gestantes na admissão à maternidade e de intervenções para reduzir a transmissão perinatal do HIV. MÉTODOS: Amostra de conveniência de mulheres que desconheciam sua situação sorológica para o HIV quando admitidas para o parto em maternidades públicas do Rio de Janeiro, RJ, e de Porto Alegre, RS, entre março de 2000 e abril de 2002. As mulheres foram aconselhadas e testadas com teste rápido Determine HIV1/2 na maternidade. Infecção pelo HIV foi confirmada pelo algoritmo brasileiro para o diagnóstico da infecção pelo HIV. A transmissão intra-útero foi determinada pelo PCR-DNA-HIV. Foram realizadas análises descritivas dos dados sociodemográficos, número de gestações e de abortos prévios, número de visitas de pré-natal, momento da testagem para o HIV, resultado do teste rápido para o HIV, intervenções recebidas pelos recém-natos e de transmissão vertical do HIV, de acordo com cada cidade. RESULTADOS: A prevalência de HIV entre as mulheres foi 6,5% (N=1.439) em Porto Alegre e 1,3% (N=3.778) no Rio de Janeiro. A maioria foi testada durante o trabalho de parto em Porto Alegre e no pós-parto, no Rio de Janeiro. Cento e quarenta e quatro crianças nasceram de 143 mulheres infectadas pelo HIV. Todos os recém-natos receberam ao menos a profilaxia com zidovudina oral, exceto um em cada cidade. Foi possível evitar qualquer exposição ao leite materno em 96,8% e 51,1% dos recém-natos em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, respectivamente. A zidovudina injetável foi administrada durante o trabalho de parto para 68,8% dos recém-natos em Porto Alegre e 27,7% no Rio de Janeiro. Entre aqueles com amostras de sangue coletadas até 48 horas do nascimento, a transmissão intra-útero foi confirmada em quatro casos no Rio de Janeiro (4/47) e em seis casos em Porto Alegre (6/79). CONCLUSÕES: A estratégia mostrou-se factível nas maternidades do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. Esforços devem ser empreendidos para maximizar a testagem durante o trabalho de parto. Forte suporte social precisa ser acoplado a essa estratégia para garantir o acesso dessa população ao sistema de saúde após a alta da maternidade.Downloads
Publicado
2010-10-01
Edição
Seção
Artigos Originais
Como Citar
Veloso, V. G., Bastos, F. I., Portela, M. C., Grinsztejn, B., João, E. C., Pilotto, J. H. da S., Araújo, A. B. B., Santos, B. R., Fonseca, R. C. da, Kreitchmann, R., Derrico, M., Friedman, R. K., Cunha, C. B., Morgado, M. G., Saines, K. N., & Bryson, Y. J. (2010). Teste rápido para o HIV como estratégia de prevenção da transmissão vertical no Brasil . Revista De Saúde Pública, 44(5), 803-811. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000034