Fatores de risco comportamentais acumulados para doenças cardiovasculares no sul do Brasil

Autores

  • Ludmila Correa Muniz Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Bruna Celestino Schneider Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Inácio Crochemore Mohnsam da Silva Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Alicia Matijasevich Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Iná Silva Santos Universidade Federal de Pelotas; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102012005000021

Palavras-chave:

Doenças Cardiovasculares, Estilo de Vida Sedentário, Hábitos Alimentares, Tabagismo, Fatores de Risco, Estudos Transversais

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência e identificar fatores associados ao acúmulo de comportamentos de risco para doenças cardiovasculares entre adultos. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional com amostra representativa de 2.732 adultos de ambos os sexos de Pelotas, RS, em 2010. Os fatores de risco comportamentais investigados foram: tabagismo; inatividade física no lazer; consumo habitual de gordura aparente da carne; e consumo diário de embutidos, carne vermelha e leite integral. O desfecho do estudo foi o escore de aglomeração de fatores de risco comportamentais, variando de zero a três: nenhum fator de risco comportamental para doenças cardiovasculares ou exposição a 1, 2 ou >; 3 fatores de risco comportamentais. Realizou-se regressão logística multinomial para avaliar o efeito ajustado das características individuais sobre o acúmulo de fatores de risco comportamentais, tendo como categoria de referência indivíduos sem qualquer dos fatores. RESULTADOS: A inatividade física foi o fator de risco mais prevalente (75,6%), seguido do consumo habitual de gordura aparente da carne (52,3%). Dois terços da população apresentaram dois ou mais fatores de risco comportamentais. A combinação de inatividade física e consumo habitual de gordura aparente da carne ocorreu em 17,5% da amostra; e inatividade física, consumo habitual de gordura aparente da carne e tabagismo, em 6,7%. Os odds ratios de acúmulo de dois ou mais fatores foram maiores entre homens e associaram-se inversamente com o indicador econômico nacional. CONCLUSÕES: O acúmulo de fatores de risco comportamentais para doenças cardiovasculares é elevado na população estudada. São necessárias intervenções públicas capazes de prevenir a ocorrência simultânea desses fatores.

Publicado

2012-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Muniz, L. C., Schneider, B. C., Silva, I. C. M. da, Matijasevich, A., & Santos, I. S. (2012). Fatores de risco comportamentais acumulados para doenças cardiovasculares no sul do Brasil . Revista De Saúde Pública, 46(3), 534-542. https://doi.org/10.1590/S0034-89102012005000021