LER/DORT na terceira década da reestruturação bancária: novos fatores associados?

Autores

  • Juliana Scopel Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Paulo Antonio Barros Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Fernando César Wehrmeister Universidade Federal de Pelotas; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102012000500015

Palavras-chave:

Transtornos Traumáticos Cumulativos, epidemiologia, Engenharia Humana, Condições de Trabalho, Saúde do Trabalhador, Estudos Transversais

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência de casos sugestivos de LER/DORT e fatores associados três décadas após a reestruturação bancária. MÉTODOS: Estudo transversal com 356 funcionários de 27 agências bancárias das redes pública e privada de Porto Alegre, RS, entre abril e agosto de 2009. Foi utilizada análise estatística bruta e ajustada pelo modelo de Regressão de Poisson com variância robusta, conduzida por modelo hierárquico em três níveis, incorporando-se a estrutura do delineamento e ajuste para os conglomerados. Os resultados foram estratificados por porte da agência e dicotomizados (≥ 25 e < 25 funcionários). RESULTADOS: A prevalência de casos sugestivos de LER/DORT foi menor nos homens (RP = 0,62 IC95% 0,47;0,81). Trabalhadores com idade entre 26 e 45 anos (RP = 2,51 IC95% 1,02;6,14) apresentaram maior prevalência do desfecho. Indivíduos com pós-graduação (RP = 0,45 IC95% 0,22;0,90) e tempo na função entre 5,1 e 15 anos (RP = 0,62 IC95% 0,47;0,81) apresentaram fator de proteção para os casos sugestivos de LER/DORT. Ao estratificar as análises por porte, nas agências com 25 funcionários ou menos, idade, renda e tempo na função permaneceram associados, enquanto nas agências com mais de 25 funcionários, sexo e escolaridade associaram-se ao desfecho. CONCLUSÕES: Aspectos importantes no adoecimento por LER/DORT entre bancários parecem hoje ser diferentes dos historicamente conhecidos. Atenção maior à organização do trabalho e às estratégias de gestão deveria ser considerada na elaboração de programas de prevenção de adoecimento no trabalho bancário.

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Publicado

2012-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Scopel, J., Oliveira, P. A. B., & Wehrmeister, F. C. (2012). LER/DORT na terceira década da reestruturação bancária: novos fatores associados?. Revista De Saúde Pública, 46(5), 875-885. https://doi.org/10.1590/S0034-89102012000500015