Síndrome de Burnout: estudo de base populacional com servidores do setor público

Autores

  • Lílian dos Santos Palazzo Universidade Luterana do Brasil; Faculdade de Medicina
  • Mary Sandra Carlotto Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Faculdade de Psicologia
  • Denise Rangel Ganzo de Castro Aerts Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Faculdade de Psicologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102013005000004

Palavras-chave:

Burnout, Esgotamento Profissional, epidemiologia, Administração Pública, Satisfação no trabalho, Condições de Trabalho, Saúde do Trabalhador

Resumo

OBJETIVO: Identificar preditores da síndrome de Burnout em trabalhadores do setor público. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra representativa de 879 servidores públicos municipais de uma cidade da região metropolitana de Porto Alegre, RS. Utilizou-se um questionário elaborado para a coleta de variáveis demográficas e relacionadas às características do trabalho. A percepção sobre o ambiente laboral foi analisada a partir da Work Atmosphere Scale; para avaliar a síndrome de Burnout, utilizou-se o Maslach Burnout Inventory. Foram realizadas três análises de regressão linear múltipla pelo método stepwise em que cada dimensão da síndrome foi considerada como desfecho, enquanto as demais variáveis foram estimadas como preditoras e controladas por sexo e idade. RESULTADOS: As variáveis relacionadas à percepção do ambiente de trabalho foram as que mais contribuíram para a ocorrência de burnout. A percepção do trabalho como estressante e a presença de pessoas que atrapalham o ambiente laboral participaram do modelo explicativo das três dimensões. Nove variáveis compuseram o modelo preditor, que explicou 43% da ocorrência da Exaustão Emocional. "Perceber o trabalho como estressante" apresentou maior poder explicativo. Na Despersonalização, oito variáveis compuseram o modelo em 25%; "perceber o trabalho como estressante" foi, mais uma vez, a variável de maior poder explicativo. A Baixa Realização Profissional mostrou um conjunto de variáveis com poder explicativo de 20%; ambiente de trabalho considerado bom apresentou maior peso, associando-se inversamente. CONCLUSÕES: A percepção dos servidores públicos sobre seu ambiente de trabalho tem importante papel como preditor da síndrome de Burnout. Avaliar o trabalho como estressante e presença de pessoas que atrapalham o ambiente mostraram-se como elementos de maior relevância.

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Publicado

2012-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Palazzo, L. dos S., Carlotto, M. S., & Aerts, D. R. G. de C. (2012). Síndrome de Burnout: estudo de base populacional com servidores do setor público . Revista De Saúde Pública, 46(6), 1066-1073. https://doi.org/10.1590/S0034-89102013005000004