A arte involuntária de sonhar: o devaneio em Noites brancas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-4765.rus.2021.190625

Palavras-chave:

Noites Brancas, Devaneio, Espaço, Sonhador

Resumo

Neste artigo, exploramos os caminhos do protagonista (o sonhador) e sua extraordinária epopeia interior na novela de Dostoiévski. A temática do devaneio, interligada à descrição simbólica do espaço, compõem o foco de nossa análise. Conforme Bachelard, o devaneio serve como uma fuga para o enfadonho real que envolve o sujeito e o priva de vivenciar outras realidades fantasiadas por sua mente. Em particular, o devaneio na literatura funciona como um motor que propulsiona a criação de um cogito, a exemplo do que ocorre em Noites brancas. O protagonista é um sonhador, porém com clareza de consciência. Ao analisar o espaço da narrativa, constatamos que o imaginário urbano que envolve São Petersburgo (pontes, canais, rio, avenidas), aliado ao fenômeno das noites brancas no verão, alimenta o devaneio do protagonista.

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Biografia do Autor

  • Rosanne Bezerra de Araújo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    Professora do Departamento de Línguas e Literaturas Estrangeiras Modernas, bem como do Programa de Pós-graduação em Estudos da linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Desenvolve pesquisas em Literatura Comparada e Teoria da Literatura. rosanne.araujo@terra.com.br.

  • Lucas José de Mello Lopes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com foco em Literatura Comparada. Bolsista CAPES. lucas_jose_28@hotmail.com.

Referências

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Publicado

2021-12-23

Como Citar

Araújo, R. B. de, & Lopes, L. J. de M. (2021). A arte involuntária de sonhar: o devaneio em Noites brancas. RUS (São Paulo), 12(20), 261-279. https://doi.org/10.11606/issn.2317-4765.rus.2021.190625