"O Eclipse da Razão": a loucura em "Crime e Castigo"

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-4765.rus.2021.190697

Palavras-chave:

Dostoiévski, Loucura, Modernidade, Amor

Resumo

Neste artigo, propomos que o romance Crime e castigo, de Dostoiévski, sugere um olhar metafísico sobre a loucura, contrapondo-o a uma percepção imediatamente adversa àquele orgânico e patológico empreendido pela psiquiatria alienista que surge no século XIX. Buscamos demonstrar que Dostoiévski, afastando-se do entendimento psiquiátrico da época – que aliava controle de corpos com formas de exclusão social, legitimando a loucura como “doença” – entendia a “desrazão”, atrelada ao amor e ao sofrimento, como parte de uma penitência necessária para a superação do estado de sofrimento psíquico. Desta forma, esse artigo discute uma escrita da loucura como crítica de uma perspectiva desse fenômeno como “doença mental”.

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Biografia do Autor

  • Antonio Maurício Martins Neto, Universidade Federal do Ceará - UFC

    Graduando em História - Licenciatura Plena. Bolsista no Programa de Educação Tutorial (PET) História UFC. Participa do Grupo de Estudo e Pesquisa História, Loucura e Saúde Mental da UFC.

  • Carolina Linhares, Universidade Federal do Ceará

    Graduanda em História - Licenciatura plena na Universidade Federal do Ceará. Bolsista no Programa de Educação Tutorial (PET) História UFC desde maio de 2019. E-mail: caarolinalinhares@hotmail.com. Participa do Grupo de Estudo e Pesquisa História, Loucura e Saúde Mental da Universidade Federal do Ceará.

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Publicado

2021-12-23

Como Citar

"O Eclipse da Razão": a loucura em "Crime e Castigo". (2021). RUS (São Paulo), 12(20), 238-259. https://doi.org/10.11606/issn.2317-4765.rus.2021.190697