Percepção pelos consumidores brasileiros da maciez da carne classificada pela força de cisalhamento e sabor

Autores

  • Eduardo Francisquine Delgado Universidade de São Paulo; ESALQ; Depto. de Zootecnia
  • Ana Paula Aguiar Universidade de São Paulo; ESALQ; Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos
  • Edwin Moisés Marcos Ortega Universidade de São Paulo; ESALQ; Depto. de Ciências Exatas
  • Marta Helena Fillet Spoto Universidade de São Paulo; ESALQ
  • Carmen Josefina Contreras Castillo Universidade de São Paulo; ESALQ

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-90162006000300004

Palavras-chave:

sexo, faixa etária, escolaridade, renda, cálcio

Resumo

O conhecimento da percepção de maciez e sabor da carne bovina pelo consumidor é essencial para vislumbrar um mercado brasileiro que pague por qualidade. Este estudo avaliou a percepção diferenciada de contra-filé macio (WBSF < 4.1 kg) ou duro (>; 4.8 kg), ou ainda com sabor não característico (imersão em Ca/ Ca-IM) ou normal (sem cálcio/ NO-Ca) de acordo com sexo, faixa etária, e nível de escolaridade formal e renda dos consumidores. Os bifes foram pareados em amostras macia/dura e Ca-IM/NO-Ca, e servidos a 308 consumidores que responderam a um questionário apresentando escalas de intensidade (maciez) e hedônica (sabor) de nove pontos. O perfil dos consumidores mostrava que: 82,2% indicaram carne bovina como sua primeira escolha entre as carnes; 75,3% consumiam carne bovina pelo menos quatro vezes por semana; 39,3% consideravam sabor como o atributo mais importante durante o consumo enquanto 30,2% indicavam maciez; 75,8% eram do sexo masculino; 73,6% tinham entre 21 e 55 anos; 56,7% tinham alguma formação superior; 76,6% com rendimento mensal maior que R$ 1.000,00. De maneira geral, os bifes macios obtiveram notas mais altas (P < 0,01), independente de sexo, faixa etária e nível de renda. Entretanto, os idosos deram notas mais altas que os consumidores de meia idade em avaliações dos bifes macios (P < 0,05). No nível baixo de escolaridade não houve diferença nas notas para bifes macios e duros. Quanto mais alto o nível de renda, menor foram as notas dadas nas avaliações dos bifes macios ou duros (P = 0,10). Diferenças no sabor foram notadas por ambos os sexos, e por todos os níveis de escolaridade e renda. O sexo masculino conferiu notas mais altas (desgostou menos) quando consumia bifes Ca-IM. Consumidores do menor nível de escolaridade atribuiram notas maiores para sabor (gostaram mais) em bifes com sabor normal. Os idosos não diferenciaram sabor entre os bifes Ca-IM e NO-Ca. Estas observações são as primeiras indicações objetivas de que os consumidores brasileiros são capazes de perceber diferenças entre bifes macios e duros ou com sabor amargo e normal. Todavia, a palatabilidade é avaliada de forma diferenciada dependendo do sexo, faixa etária, e níveis de escolaridade e renda.

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Publicado

2006-06-01

Edição

Seção

Ciência e Tecnologia de Alimentos

Como Citar

Percepção pelos consumidores brasileiros da maciez da carne classificada pela força de cisalhamento e sabor . (2006). Scientia Agricola, 63(3), 232-239. https://doi.org/10.1590/S0103-90162006000300004