Teatro expandido em contexto brasileiro

Autores

  • Sílvia Fernandes Universidade de São Paulo. Escola de Comunicação e Artes

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v18i1p6-34

Palavras-chave:

Giro social da arte, estética e política, Lia Rodrigues

Resumo

O texto trata da retomada do ativismo nas instâncias da arte contextual (Paul Ardenne) e relacional (Nicolas Bourriaud), que se reflete na aproximação das artes cênicas com a política. Claire Bishop considera a tendência um “giro social” da arte, que localiza no final do século XX e detecta na postura social, característica dos criadores, e na rejeição à estética e à formalização, substituídas por intervenções decididamente ligadas ao trabalho em comunidades e à atuação em frentes próximas ao trabalho social. Na tentativa de reabilitar a ideia de estética em conexão com a política, Bishop recorre ao filósofo Jacques Rancière e a suas concepções de “partilha do sensível” e “regime estético da arte”. A partir desses pressupostos, analisa-se o trabalho da artista Lia Rodrigues e sua relação com a comunidade da Maré.

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Biografia do Autor

  • Sílvia Fernandes, Universidade de São Paulo. Escola de Comunicação e Artes

    Professora titular do PPG em Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP)

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Publicado

2018-06-30

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BRASIL

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