Repensando a polarização: o corpo e o renascimento da política

Autores

  • Helena Katz Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v21i1p5-23

Palavras-chave:

Polarização, Corpo e telas, Hábitos cognitivos, Sujeito me, myself and I

Resumo

O uso frequente do conceito de polarização em contexto político pede atenção, sobretudo por dois equívocos: torna equivalente o que instala nos seus dois polos, e se assenta na transformação do divergente em inimigo a ser eliminado. O objetivo do texto é compreender os danos do uso inadequado deste conceito recorrendo ao que a natureza já nos ensina, com os polos magnéticos e geográficos, e agregando o que vem sucedendo com o corpo na sua relação com as telas. Autores como Pariser (2011), Ugresic (2011), Brugnago e Chaia (2014-2015) e Arantes (2014) fundamentam a argumentação aqui reunida na forma de revisão bibliográfica. A hipótese é a de que a fabricação do sujeito me, myself and I (KATZ, 2016, 2017) favorece a falta de rigor que vem caracterizando a comunicação, com consequências ameaçadoras à democracia.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Helena Katz, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora.

Referências

AGAMBEN, G. A propósito de Tiqqun. In: TIQQUN. Contribuição para a guerra em curso. São Paulo: n-1 edições, 2019. p. 259-266.

ARANTES, P. O novo tempo do mundo: e outros estudos sobre a era da emergência. São Paulo: Boitempo, 2014.

BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003.

BOBBIO, N. Direita e esquerda: razões e significados de uma distinção política. São Paulo: Unesp, 1995.

BRUGNAGO, F.; CHAIA, V. A nova polarização política nas eleições de 2014: radicalização ideológica da direita no mundo contemporâneo do Facebook. Aurora: revista de arte, mídia e política, São Paulo, v. 7, n. 21, p. 99-129, 2014-2015.

CARNEIRO, M. L. T. As pandemias e os medos sociais. Terra, [s. l.], 12 maio 2020. Disponível em: https://bit.ly/3AqaAZs. Acesso em: 16 ago. 2022.

CESAR, J. Grupo CasaPound reinventa o fascismo italiano. Estado de Minas, [s.l.], 16 fev. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3pqXeGh. Acesso em: 16 ago. 2022.

DI FATIMA, B. Dias de tormenta: os movimentos de indignação que derrubaram ditaduras, minaram democracias no mundo e levaram a extrema-direita ao poder no Brasil. São Paulo: Geração Editorial, 2019.

FELINTO, M. Ricos fazem, acontecem e não vão mudar jamais. Folha de São Paulo, [s. l.], 16 fev. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3STKLID. Acesso em: 16 ago. 2022.

FERNANDES, D. 4 dados que mostram por que Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, segundo relatório. BBC News Brasil, Paris, 7 dez. 2021. Disponível em: https://bbc.in/3dCi0A8. Acesso em: 16 ago. 2022.

ISMÁLIA. Intérpretes: Emicida, Larissa Luz e Fernanda Montenegro. In: AMARELO. Intérprete: Emicida. São Paulo: Sony Music, 2019. 1 CD, faixa 8.

KATZ, H. A internet das coisas e o conflito jurídico na dança da cidade de São Paulo. In: ENCONTRO CIENTÍTICO NACIONAL DE PESQUISADORES EM DANÇA, 5., 2016, Natal. Anais […]. Natal: Associação Nacional de Pesquisadores em Dança, 2016.

KATZ, H. Do Homo oeconomicus ao Homo politicus: a dança na cidade de São Paulo. In: ENCONTRO CIENTÍTICO NACIONAL DE PESQUISADORES EM DANÇA, 5., 2017, Natal. Anais […]. Natal: Associação Nacional de Pesquisadores em Dança, 2017.

LEVI, P. É isto um homem? São Paulo: Rocco, 1988.

MACHADO, J.; MISKOLCI, R. Das Jornadas de Junho à Cruzada Moral: o papel das redes sociais na polarização política brasileira. Sociologia e Antropologia, Rio de Janeiro, v. 9, n. 3, p. 945-970, 2019. DOI: 10.1590/2238-38752019v9310.

MCCOY, J.; RAHMAN, T.; SOMER, M. Polarization and the Global Crisis of Democracy: Common Patterns, Dynamics, and Pernicious Consequences for Democratic Politics. American Behavioral Scientist, Thousand Oaks, v. 62, n. 1, p. 16-42, 2018.

PARISER, E. O filtro invisível, o que a internet está escondendo de você. São Paulo: Zahar, 2011.

TIQQUN. Contribuição para a guerra em curso. São Paulo: n-1 edições, 2019.

UGRESIC, D. Karaoke Culture. New York: Open Letter, 2011.

VAIDHYANATHAN, S. Antisocial Media: how Facebook disconnect us and undermine Democracy. New York: University of California Press, 2018.

VELICKOVIC, V. Open wounds, the phenomenology of exile and the management of pain: Dubravka Ugresic’s The Ministry of Pain. In: GUTTHY, A. (ed.). Literature in Exile of East and Central Europe. New York: Peter Lang, 2009. p. 139-154.

Downloads

Publicado

2022-10-19

Edição

Seção

ARTIGOS

Como Citar

Katz, H. (2022). Repensando a polarização: o corpo e o renascimento da política. Sala Preta, 21(1), 5-23. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v21i1p5-23