O que existe de permanente no reino do efêmero – os arquivos pessoais e o patrimônio documental do teatro

Autores

  • Fabiana Siqueira Fontana

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v17i2p11-25

Palavras-chave:

Arquivos pessoais, Teatro brasileiro, Patrimônio documental

Resumo

A especificidade do patrimônio documental do teatro vem sendo tratada a partir da articulação da efemeridade como centro do debate sobre sua preservação. A ideia parte da adoção do espetáculo na distinção do teatro enquanto expressão estética. Este artigo pretende questionar tal acepção, pois se acredita que o critério que serve para singularizar o teatro como arte não o encerra como campo de estudo, principalmente se analisado numa perspectiva histórico-social. Por meio desta, é possível identificar no interior do teatro práticas que perduram no tempo. O trabalho tem origem no envolvimento da autora com a organização de arquivos pessoais no Centro de Documentação e Informação da Fundação Nacional das Artes (Cedoc/Funarte) e se apoia naquilo que é possível identificar como recorrente na constituição de conjuntos documentais dessa natureza para tratar dos registros do teatro para além da sua concepção como vestígios da cena.

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Publicado

2017-12-26

Edição

Seção

EM PAUTA

Como Citar

Fontana, F. S. (2017). O que existe de permanente no reino do efêmero – os arquivos pessoais e o patrimônio documental do teatro. Sala Preta, 17(2), 11-25. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v17i2p11-25