“Uma paisagem por baixo da outra”: narrativas de coloniais sobre a natureza na trilogia “as areias do imperador” de mia couto
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194851Palavras-chave:
Patrimônio ambiental, Mia Couto, Literatura moçambicanaResumo
O presente trabalho analisa o texto literário da trilogia “As areias do Imperador” do escritor e biólogo moçambicano Mia Couto. Na obra, Mia Couto narra a guerra colonial empreendida por Portugal no sul moçambicano no ano de 1895, tendo como objetivo a captura do imperador Ngungunhane e a dissolução do Reino de Gaza, tido como a última resistência política ao poder colonial português. A partir de referenciais que dialogam com a rede de saberes tradicionais e da oralidade das culturas moçambicanas, Mia Couto constrói uma releitura do passado colonial moçambicano, apontando as marcas deixadas pela colonização e principalmente, evidenciando os processos de resistência das culturas locais. As resistências foram sendo constituídas através da mobilização de diversos fatores presente na história e nas culturas das sociedades que foram alvo dos projetos coloniais e que estão relacionadas com os seus modos de existir e de ver o mundo. No presente artigo, serão evidenciados os aspectos relacionados ao ambiente que participaram do engendramento destas resistências. Estes aspectos, por sua vez, não estão isolados e atuam em uma esfera de imbricamentos entre história e saberes tradicionais. Por fim, destaca-se que pensar os aspectos ambientais como elemento atuante na história destas sociedades e na história de resistência ao processo colonial, possibilita dialogar com noções particulares de patrimônio ambiental. Desse modo, a partir da análise histórica e do texto literário, são discutidas as narrativas de paisagens presentes nos volumes que compõem a trilogia de Mia Couto e suas contribuições para pensar o patrimônio ambiental a partir das perspectivas invisibilizadas pela narrativa eurocêntrica colonial.
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