“CONCORDO, CLARO, QUE UMA BOA ARTE MUDA AS COISAS”. A ESCRITA LITERÁRIA DE CHINUA ACHEBE E A CRÍTICA A COLONIALIDADE.

Autores

  • Cláudia Mortari Universidade do Estado de Santa Catarina
  • Katarina Kristie Martins Lopes Gabilan Universidade do Estado de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2017.143682

Palavras-chave:

Literatura e história, Estudos africanos, Decolonialidade, Pós-colonialidade.

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar algumas reflexões iniciais que se debruçam sobre a escrita do nigeriano Chinua Achebe (1930-2013), discutindo o papel social e político da sua produção literária bem como a possibilidade de, a partir da análise desta, apontar evidências acerca da percepção do escritor em relação a eventos históricos ocorridos na sociedade nigeriana. Tendo como documento de análise as obras O Mundo se Despedaça (Things fall apart, publicado em 1958), A Flecha e Deus (Arrow of God publicado em 1964), entrevistas e ensaios do autor, partimos do pressuposto que sua escrita literária, enquanto arcabouço narrativo e documento histórico, é informada por suas visões e sentidos da história, pois ele e suas obras são acontecimentos datados historicamente e expressam, portanto, o seu tempo e o seu lugar. Em um diálogo entre intelectuais dos campos teóricos pós-coloniais e decoloniais, nossa proposta é pensar a contribuição de sua escrita literária articulada com a ideia de “equilíbrio das histórias” – termo cunhado por ele em suas entrevistas. Para o autor, todos possuímos o direito de contar nossas próprias histórias a partir das nossas vivências, contrapondo-se à herança da colonialidade que difunde a ideia da existência de uma história única – a partir do ponto de vista eurocentrado. Tal posicionamento, de questionamento do saber epistêmico ocidental/colonial e o descobrimento e valorização das teorias e epistemologias do Sul que pensam com e a partir de corpos e lugares étnico-raciais/sexuais subalternizados, abre possibilidades para o surgimento de paradigmas outros. Dessa forma, ser possível identificar não apenas a perspectiva de um sujeito da história, como também a forma como ele constrói uma referência ao passado partindo do presente. Em uma relação com a literatura a partir das categorias próprias de Achebe, propomos pensar uma lógica de reflexão que se desloque da ótica da colonialidade.

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Biografia do Autor

  • Cláudia Mortari, Universidade do Estado de Santa Catarina

    Doutora em História. Docente do curso de graduação e pós-graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc/Faed). Ministra na graduação a disciplina de História da África e coordena o Laboratório de Estudos Pós-Coloniais e Decoloniais – AYA. Desenvolve projetos de pesquisa e de extensão na área de História e nas temáticas dos estudos africanos e da diáspora.

  • Katarina Kristie Martins Lopes Gabilan, Universidade do Estado de Santa Catarina

    Graduanda da 5ª fase do Curso de História na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC/FAED). Bolsista do Laboratório de Estudos Pós-Coloniais e Decoloniais – AYA, vinculada a pesquisa “Modos de Ser, Ver e Viver: o mundo Igbo a partir da escrita de Chinua Achebe (África Ocidental, século XX)”e ao Programa de Extensão Histórias Africanas e Indígenas: olhares e práticas na educação, 2017

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Publicado

2017-12-21

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

“CONCORDO, CLARO, QUE UMA BOA ARTE MUDA AS COISAS”. A ESCRITA LITERÁRIA DE CHINUA ACHEBE E A CRÍTICA A COLONIALIDADE. (2017). Sankofa (São Paulo), 10(20), 56-73. https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2017.143682