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Resumo

De maneira aleatória, sem nenhuma programação antecipada, ou sem que ninguém se precipite a discutir, o racismo ainda persiste no protagonismo. Mais uma vez encenado nas arenas de um espetáculo apreciado por grande número de espectadores no mundo, o futebol. A trama envolveu um jogador brasileiro em campo europeu que ao cobrar o tiro de escanteio, próximo da torcida adversária, foi atingido com uma banana. Embora a cobertura midiática no Brasil tenha dado manchete ao fato e enfatizado de maneira taxativa, denotando a característica do fenótipo; para os estudiosos e atentos ao tema o assunto é um velho conhecido. A frase divulgada de que “todos somos macacos” (remetendo a analogia de que “todos somos iguais”) não considera os efeitos e as consequências históricas produzidas pelo racismo à população negra brasileira. Tal situação remete-nos ao compromisso da difusão das discussões dos variados assuntos ligados a História da África e da Diáspora africana. Em sua décima terceira edição a Revista Sankofa tem a satisfação de novamente apresentar aos seus leitores, textos que pretendem colaborar para a divulgação de ideias e estudos a respeito do tema. O artigo de Luiz Henrique Silva de Oliveira, Das máscaras africanas ao romance brasileiro do século XX, trajetórias, usos e sentidos do negrismo, pretende conceituar o negrismo enquanto procedimento literário do século XX, e estudar suas manifestações e trajetória até o romance brasileiro do referido período. Na sequência temos artigo de Débora Armelin Ferreira, O corpo como lugar de discurso: Artista mulher em África. A autora analisa as características de um tipo de arte africana inserida no modelo da arte contemporânea global. Os objetos de estudo são os trabalhos das artistas Traccy Rose da África do Sul e Ingride Mwangi do Quênia. Nesta edição também temos o artigo de Mario Maestri, Agitações, Insubordinações e Conspirações servis no Rio de Grande do Sul de 1803-1850, que aborda importantes acontecimentos com participação dos negros da região e oferece valiosas contribuições para a interpretação de fatos e personagens de parte da História do Brasil. E ainda o artigo de Harley Abrantes Moreira, Missões Batistas em Angola e Moçambique no período de descolonização, tratando das relações culturais entre missionários brasileiros e africanos no início da década de 1970. Em importante momento da construção de alternativas para o paradigma europeu de interpretação da História, por meio da Lei 10.639/03, as discussões a respeito do Pan-africanismo são sempre bem vindas, principalmente porque este movimento originou-se da oposição aos tráficos escravistas nas Américas, Ásia e Europa. Neste sentido, este número traz o artigo de Márcio Paim, Pan-africanismo: tendências políticas, Nkumah e a crítica do livro “Na Casa de Meu Pai”. Encerrando a série de artigos temos o texto de Flavio Thales Ribeiro Francisco, A emergência de um Novo Negro nas páginas do Chicago Defender (1915-1919). No artigo, Francisco demonstra como a noção de novo negro emergiu nas páginas do jornal afro-americano Chicago Defender durante a Grande Imigração. O autor, ao analisar o jornal, aponta como o ativismo negro nos Estados Unidos colaborou na construção e na difusão de um negro moderno como estratégia antirracista. Na seção de entrevistas fomos agraciados pela Professora de História da África do Departamento de História da USP, Leila Maria Gonçalves Leite Hernandez. Na entrevista, Leila revela-nos informações de sua trajetória, desde o primeiro curso de História da África em São Paulo até seus atuais projetos de trabalho. Emitindo ainda opiniões a respeito da Lei 10.639/03, sobre as literaturas africanas e um valioso comentário sobre sua experiência com o Núcleo de Apoio à Pesquisa - Brasil África. Vale a pena! Boa Leitura!!!

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Publicado

2014-07-06

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