Uma reflexão bioética sobre a perspectiva de acadêmicos de medicina sobre abortamento e descriminalização

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-2770.v27i1p28-36

Palavras-chave:

Bioética, Saúde da Mulher, Aborto Induzido, Saúde Pública, Brasil

Resumo

O abortamento é definido, pela Organização Mundial da Saúde, como a interrupção da gravidez antes da viabilidade fetal. Apesar de uma definição clara, o abortamento ou aborto aparece como uma questão de relevância bioética com diversas controvérsias muito discutida na “bioética de situações persistentes”. Este artigo tem por objetivo avaliar a opinião de acadêmicos de medicina de universidades públicas e privadas a respeito do abortamento, descriminalização e dos deveres do médico diante de uma situação de aborto provocado. Foram incluídas nesta pesquisa respostas de acadêmicos de Medicina (n=110) a questionário estruturado autoaplicado a respeito da descriminalização do abortamento. Os resultados demonstraram que a maioria dos alunos (89%) é favorável à descriminalização do aborto em várias situações, incluindo casos em que a lei brasileira ainda não permite o abortamento, como em caso de malformações compatíveis com a vida e alterações cromossômicas. Além disso, os alunos defendem que os principais responsáveis pela decisão sobre a realização do aborto sejam os dois progenitores. Discussões a respeito das implicações bioéticas do aborto e os direitos e deveres do médico nesse contexto são fundamentais, haja vista a ignorância que ainda existe sobre esse assunto.

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Biografia do Autor

  • Romana Suely Della Torre Marzarotto, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências da Saúde, Francisco Beltrão, PR, Brasil

    Discente do curso de Medicina no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE.

  • Letícia Yabushita Rigoti, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências da Saúde, Francisco Beltrão, PR, Brasil

    Discente do curso de Medicina no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE.

  • Mariane Okamoto Ferreira, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências da Saúde, Francisco Beltrão, PR, Brasil

    Discente do curso de Medicina no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE.

  • Caio Eduardo Alves de Oliveira Paes Leme Goulart, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências da Saúde, Francisco Beltrão, PR, Brasil

    Discente do curso de Medicina no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE.

  • Carlos Frederico de Almeida Rodrigues, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências da Saúde, Francisco Beltrão, PR, Brasil

    Docente do curso de Medicina no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE.

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Publicado

2022-07-20

Edição

Seção

Artigo

Como Citar

Uma reflexão bioética sobre a perspectiva de acadêmicos de medicina sobre abortamento e descriminalização. (2022). Saúde Ética & Justiça , 27(1), 28-36. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2770.v27i1p28-36