Deserto azul: paisagens imaginárias no cinema brasileiro

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2018.138633

Palavras-chave:

paisagem, espaço cinematográfico, videoarte, narrativa, ficção

Resumo

O objetivo deste artigo é refletir sobre a representação da paisagem em Deserto azul (2014), de Éder Santos, considerando algumas categorias de espaço e refletindo sobre o papel da montagem na constituição do espaço cinematográfico. A produção contemporânea de audiovisual, que vai além dos paradigmas clássico-narrativos, se utiliza das possibilidades criadoras da tecnologia digital para as novas salas de cinema com suas gigantescas telas, e o espaço se torna novamente um elemento fílmico que potencializa sensações e narrativas. Deserto azul é uma das poucas produções de ficção científica contemporâneas brasileiras que se vale do uso extensivo de efeitos computacionais destacando as paisagens e valorizando suas possibilidades imersivas e contemplativas. A trajetória de Éder Santos como artista performático de videoarte estabelece um diálogo diferenciado com Deserto azul, que parte de uma narrativa em off e utiliza estratégias de representação do espaço e distensão do tempo para criar uma atmosfera de tédio. De um modo geral nos interessa refletir sobre as estratégias utilizadas para conceber uma narrativa que reflita o tédio de um mundo sem problemas e cujo objetivo maior é a transcendência do próprio espaço e tempo.

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Biografia do Autor

  • India Mara Martins, Universidade Federal Fluminense

    Professora associada do Departamento de Cinema e Vídeo, da Universidade Federal Fluminense. Mestre em multimeios pela Universidade Estadual de Campinas e doutora em design pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Coordenadora do grupo de pesquisa Aesthesis: Laboratório de Experimentação Estética e Direção de Arte. Autora dos livros A paisagem urbana no cinema de Wim Wenders e Estéticas do digital: cinema e tecnologia, com Manuela Penafria.

  • Elianne Ivo Barroso, Universidade Federal Fluminense

    Mestre em pesquisas cinematográficas e audiovisuais pela Université de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) e doutora em comunicação e cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é professora adjunta e coordenadora do Labores: Laboratório de Extensão e Pesquisa da Universidade Federal Fluminense.

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Publicado

2018-04-27

Como Citar

Deserto azul: paisagens imaginárias no cinema brasileiro. (2018). Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 45(49), 113-130. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2018.138633