Corpos, raça e classe: confrontamentos do espaço urbano em Aquarius

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2022.180967

Palavras-chave:

Poder, Estereótipo, Raça, Kleber Mendonça Filho, Cinema brasileiro

Resumo

O que as representações cinematográficas do corpo negro em espaços urbanos podem significar? Partindo dessa questão, este artigo analisa cenas do filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, em uma perspectiva de abordagem racializada das relações de poder. A análise apoia-se nos conceitos de estereótipo. Pretende-se refletir sobre a presença dos corpos negros que aparecem como uma ausência no espaço urbano, uma ausência, porém, capaz de produzir outras subjetividades, que possam oferecer um contraponto às estereotipias raciais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Luís Henrique Marques Ribeiro, Universidade Federal Fluminense

    Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

  • Luiz Antonio Mousinho, Universidade Federal da Paraíba

    Professor titular do Departamento de Comunicação do Programa de Pós-Graduação em Letras e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPB.

Referências

ALBERTI, V. O riso e o risível na história do pensamento. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.

AZEVEDO, C. M. M. Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das elites – Século XIX. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

BAKHTIN, M. A cultura popular na idade média e no renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução de Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 1987.

BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoievski. Tradução de Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1981.

BREMMER, J. “Introdução: humor e história”. In: BREMMER, J.; ROODENBURG, H. (org.). Uma história cultural do humor. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 13-25.

CANDIDO, A. Literatura e sociedade. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006.

CARDOSO, L. “O branco-objeto: o movimento negro situando a branquitude”. Instrumento: Revista de Estudo e Pesquisa em Educação, Juiz de Fora, v. 13, n. 1, p. 81-93, 2011.

CARNEIRO, A. S. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

DELEUZE, G. Conversações. Tradução de Peter Pál Pelbart. São Paulo: Editora 34, 1992.

FERNANDES, F. A integração do negro na sociedade de classes: o legado da raça branca. São Paulo: Globo, 2008. v. 1.

FOUCAULT, M. Estratégia, poder-saber. Tradução de Vera Lucia Avellar Ribeiro. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.

FOUCAULT, M. História da sexualidade 1: a vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Tradução de Roberto Machado. 14. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1978.

FOUCAULT, M. Segurança, território, população: curso dado no Collège de France (1977-1978). Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

GREGOLIN, M. R. “Análise do discurso e mídia: a (re)produção de identidades”. Comunicação, Mídia e Consumo, São Paulo, v. 4, n. 11, p. 11-25, 2007.

HALL, S. “The spectacle of the ‘Other’”. In: HALL, S.; EVANS, J.; NIXON, S. (org.). Representation: cultural representations and signifying practices. London: Sage, 1997. p. 225-279.

MENDONÇA FILHO, K. Três roteiros: O som ao redor: Aquarius: Bacurau. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

MORRISON, T. A origem dos outros: seis ensaios sobre racismo e literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

MUNANGA, K. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Petrópolis: Vozes, 1999.

PESSANHA, E. A. M. “Do epistemicídio: as estratégias de matar o conhecimento negro africano e afrodiaspórico”. Problemata: Revista Internacional de Filosofia, João Pessoa, v. 10. n. 2, p. 167-194, 2019.

PRYSTHON, A. “Stuart Hall, os estudos fílmicos e o cinema”. MATRIZes, São Paulo, v. 10, n. 3, p. 77-88, 2016.

ROSEMBERG, F. “Psicanálise e relações raciais”. In: KON, N. M.; SILVA, M. L.; ABUD, C. C. (org.). O racismo e o negro no Brasil: questões para a psicanálise. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2017. v. 1. p. 129-142.

ROUANET, S. P. Édipo e o anjo: itinerários freudianos em Walter Benjamin. 2. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990.

SAMPAIO, L. “Casa grande e senzala na obra de Kleber Mendonça Filho: ressonâncias da tradição escravocrata e cenas do dissenso”. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE CULTURA, LINGUAGENS E TECNOLOGIAS DO RECÔNCAVO, 1., 2017, Santo Amaro. Anais […]. Santo Amaro: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3e01TsU. Acesso em: 16 dez. 2021.

SANTOS, B. S. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. 7. ed. Porto: Afrontamento, 1999.

SANTOS, R. A. “Os intelectuais eugenistas. Da abundância de nomes a escassez de investigação (1917-1937)”. In: SIMPÓSIO NACIONAL ESTADO E PODER: SOCIEDADE CIVIL, 7., SIMPÓSIO NACIONAL ESTADO E PODER: CULTURA, 6., Uberlândia, 2012. p. 1-15. Disponível em: https://bit.ly/3dYHrIV. Acesso em: 28 jun. 2020.

SANTOS, R. E. N. “Sobre espacialidades das relações raciais: raça, racialidade e racismo no espaço urbano”. In: SANTOS, R. E. (org.). Questões urbanas e racismo. Petrópolis: DP et Alii, 2012. p. 36-66.

SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil (1870-1930). São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SHOHAT, E.; STAM, R. Crítica da imagem eurocêntrica. Tradução de Marcos Soares. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

STAM, R. Bakhtin: da teoria literária à cultura de massa. Tradução de Heloísa Jahn. São Paulo: Ática, 1992.

STAM, R. Multiculturalismo tropical: uma história comparativa da raça na cultura e no cinema brasileiros. Tradução de Fernando S. Vugman. São Paulo: Edusp, 2008.

VANNUCHI, M. B. C. C. “A violência nossa de cada dia: o racismo à brasileira”. In: KON, N. M.; SILVA, M. L.; ABUD, C. C. (org.). O racismo e o negro no Brasil: questões para a psicanálise. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2017. v. 1. p. 59-70.

Referências audiovisuais

AQUARIUS. Kleber Mendonça Filho, Brasil, 2016.

BACURAU. Kleber Mendonça Filho, Juliano Dornelles, Brasil, 2019.

ORFEU negro. Marcel Camus, Itália-França-Brasil, 1959.

O SOM AO REDOR. Kleber Mendonça Filho, Brasil, 2012.

RIO, 40 GRAUS. Nelson Pereira dos Santos, Brasil, 1955.

Downloads

Publicado

2022-02-04

Como Citar

Corpos, raça e classe: confrontamentos do espaço urbano em Aquarius. (2022). Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 49(57), 330-349. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2022.180967