Encenar as linhas de força: dimensões perceptuais em Adeus, Dragon Inn

Autores

  • Eduardo Brandão Pinto Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2020.166247

Palavras-chave:

Cinema contemporâneo, Tsai Ming-Liang, Perceptos, Mise en scène, Slow cinema

Resumo

Qual o papel de categorias como o vazio e a lentidão no cinema contemporâneo? Em Adeus, Dragon Inn, Tsai Ming-Liang radicaliza a experimentação de elementos que apontam para uma energia negativa da imagem. Neste artigo, procuro reconhecer um novo estatuto da imagem fílmica: não mais definida como aquilo que organiza o visível sob a forma de campo, mas como o aparecimento do visível como uma composição de linhas de força. Para isso, construo os conceitos de perceptos molares e moleculares, em diálogo com o pensamento de Deleuze e Guattari. Discutindo com teóricos contemporâneos do cinema, proponho pensar a encenação como coordenação das forças em emergência no visível.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Eduardo Brandão Pinto, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na linha de tecnologias da comunicação e estética. Mestre em Artes da Cena pela UFRJ, com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Bacharel em cinema e audiovisual pela Universidade Federal Fluminense. Professor e realizador audiovisual.

Referências

AUMONT, J. O cinema e a encenação. Lisboa: Texto e Grafia, 2008.

BIRÓ, Y. “The fullness of minimalism”. Rouge, [s.l.], n. 9, 2006. Disponível em: https://bit.ly/2AFd3TP. Acesso em: 15 jun. 2020.

BORDWELL, D. Figuras traçadas na luz: a encenação no cinema. Rio de Janeiro: Papirus, 2008.

COMOLLI, J.-L. Ver e poder: a inocência perdida: cinema, ficção, televisão, documentário. Belo Horizonte: UFMG, 2008.

DELEUZE, G. Cinéma 1: l’image-mouvement. Paris: Minuit, 1983.

DELEUZE, G. Cinéma 2: l’image-temps. Paris: Minuit, 1985.

DELEUZE, G. “Sobre a filosofia”. In: DELEUZE, G. Conversações: 1972-1990. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992. p. 169-193.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. L’anti-Oedipe: capitalisme et schizophrénie. Paris: Minuit, 1972.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. “1933: Micropolítica e segmentaridade”. In: DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2. São Paulo: Editora 34, 2012. v. 3, p. 91-125.

FLANAGAN, M. ‘Slow cinema’: temporality and style in contemporary art and experimental film. 2012. Tese (Doutorado em Inglês) – University of Exeter, Exeter, 2012.

FIANT, A. Pour un cinema contemporain soustractif. Paris: Presses Universitaires de Vincennes, 2014.

LAPOUJADE, D. As existências mínimas. São Paulo: n-1, 2017.

LE BRETON, D. Du silence: essai d'anthropologie. Paris: Métailié, 1997.

LUCA, T. Realism of the senses in world cinema: the experience of physical reality. London: I. B. Tauris, 2014.

LUCA, T. “Slow time, visible cinema: duration, experience and spectatorship”. Cinema Journal, Maryland, v. 56, n. 1, p. 23-42, 2016. p. 163-176.

LUCA, T. “Watching cinema disappear: intermediality and aesthetic experience in Tsai Ming-liang’s Goodbye, Dragon Inn (2003) and Stray Dogs (2013)”. In: GIBBS, J.; PYE, D. (org.). The long take: critical approaches. London: Palgrave, 2017.

MULVEY, L. Death 24x a second: stillness and the moving image. London: Reaktion Books, 2006.

PANOFSKY, E. Significado nas artes visuais. São Paulo: Perspectiva, 1991.

PARENTE, A. “A forma cinema: variações e rupturas”. In: MACIEL, K. (org.). Transcinemas. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2009. p. 21-45.

PELBART, P. P. O avesso do niilismo: cartografias do esgotamento. São Paulo: n-1, 2016.

SAFATLE, V. “Entre a diferença e a contradição: Deleuze contra a negatividade”. In: SAFATLE, V. Dar corpo ao impossível: o sentido da dialética a partir de Theodor Adorno. Belo Horizonte: Autêntica, 2019. p. 221-247.

Referências audiovisuais

AI qing wan sui (Viva o amor). Tsai Ming-Liang, Taiwan, 1994.

BU san (Adeus, Dragon Inn). Tsai Ming-Liang, Taiwan, 2003.

DONG (O buraco). Tsai Ming-Liang, Taiwan, 1998.

LONG men kezhan (Dragon Gate Inn). King Hu, Taiwan/China, 1967.

TCHELOVEK s kinoapparatom (Um homem com uma câmera). Dziga Vertov, URSS, 1929.

TIAN bian yi duo yun (O sabor da melancia). Tsai Ming-Liang, Taiwan, 2005.

Publicado

2020-07-09

Como Citar

Encenar as linhas de força: dimensões perceptuais em Adeus, Dragon Inn. (2020). Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 47(54), 102-120. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2020.166247