Ascensão, vertigem e queda: correspondências entre Limite e Mundéu

Autores

  • Bárbara Bergamaschi Novaes Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2021.169867

Palavras-chave:

Literatura comparada, Cinema brasileiro de vanguarda, Cinema silencioso brasileiro, Poesia modernista

Resumo

Neste artigo traçamos as correspondências “plástico-verbais” entre as escritas poética e cinematográfica de Mário Peixoto (1908-1992), buscando pontos de contato entre essas duas linguagens. Através de um cotejamento entre a decupagem de três cenas do filme Limite e da escansão do poema “A grande curva”, publicado no livro Mundéu, acreditamos ser possível vislumbrar como a poesia e a mise-en-scène de Mário Peixoto obedecem a uma mesma lógica formal de construção. Para tal utilizamos estudos de Mário de Andrade, Paulo Henriques Britto, Flora Süssekind e alguns conceitos operativos da teoria da montagem de Sergei Eisenstein. Em uma via de mão dupla, demonstramos como Peixoto absorveu os debates de seu tempo, transfigurou sua poesia em cinema e, inversamente, como o cinema “enformou” seus poemas. A proposta é pensar a obra de Peixoto para além da teoria estritamente cinematográfica, nos centrando no profícuo intercâmbio entre o cinema, a teoria literária e os estudos da poesia.

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Biografia do Autor

  • Bárbara Bergamaschi Novaes, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Foi professora substituta do Departamento de Artes da Cena da Universidade Federal de São João-del-Rei (DEACE-UFSJ). É doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGCOM-ECO/UFRJ) e pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PPGLCC-LETRAS/PUC-RIO). É mestre em Artes da Cena pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ) na linha de pesquisa Poéticas da Cena: Teoria e Crítica. Formada em Comunicação Social (2014) pela ECO-UFRJ com habilitação em Rádio e TV. Também é fotógrafa e realizadora audiovisual.

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Publicado

2021-07-18

Como Citar

Ascensão, vertigem e queda: correspondências entre Limite e Mundéu. (2021). Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 48(56), 225-247. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2021.169867