O fundo do ar é vermelho: a subterrânea matéria sensível da história

Autores

  • André Brasil Universidade Federal de Minas Gerais
  • Julia Fagioli Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2018.142108

Palavras-chave:

Chris Marker, O fundo do ar é vermelho, revolução, dialética, série

Resumo

Muito se pode dizer sobre O fundo do ar é vermelho, de Chris Marker, filme inesgotável, que se dedica a um impressionante acervo de imagens de nossa história recente. Acervo que somente em parte (sua ponta visível) veio à tona e cuja outra parte, submersa, interessa a Marker retomar. Em nossa hipótese, trata-se, por um lado, de prosseguir com a tradição dialética que produz choques, contradições entre imagens e testemunhos, levando-os sempre em direção a uma polifonia. Por outro lado, a montagem atravessa a dialética pela série paratática – inventário de rostos, gestos e “motivos” – que, em sua dimensão marcadamente patética, modula o filme por meio dos afetos da luta e do luto.

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Biografia do Autor

  • André Brasil, Universidade Federal de Minas Gerais
    Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e professor do Departamento de Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde integra o corpo docente permanente do Programa de Pós-graduação. Participa do grupo de pesquisa Poéticas da Experiência, junto do qual desenvolve o projeto Formas de vida na imagem: biopolítica, perspectivismo e cinema (Fapemig e CNPq). André Brasil é um dos editores da revista Devires – Cinema e Humanidade.
  • Julia Fagioli, Universidade Federal de Minas Gerais
    Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atuou como professora substituta no curso de Comunicação Social da mesma instituição. Coordenou e organizou o Dossiê: Documentário e Cinema de Arquivos da revista Devires – Cinema e Humanidades. Realizou trabalho de curadoria da Mostra Contemporânea Brasileira do Fórum.doc em 2016.

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Publicado

2018-07-04

Como Citar

O fundo do ar é vermelho: a subterrânea matéria sensível da história. (2018). Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 45(50), 79-101. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2018.142108