O passado no presente: memória pessoal, memória coletiva, desencontros
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2021.184411Palavras-chave:
Memória e política, Afetos e responsabilidade histórica, Dignidade profissional e seus entravesResumo
Este artigo analisa a progressão da trama do filme Corpo (2007), de Rubens Rewald e Rossana Foglia, inspirado em fato político de 1990: numa vala clandestina do cemitério de Perus, foram encontradas ossadas de pessoas enterradas anos antes, sem identificação, aí incluídos ex-presos políticos. No filme, entre as ossadas enviadas ao IML, está o corpo de uma jovem, com marcas de tortura, conservado como se tivesse morrido no dia anterior. Este corpo gera tensões entre o médico-legista, que decide investigar o caso, e sua chefe O foco da análise é o conflito entre interesses pessoais e a construção de uma memória coletiva, partindo da noção de “motivo temático”, de Tomachevski, aqui centrada no motivo “o passado no presente” tal como figurado no corpo-enigma. Conclui-se que o filme problematiza a postura de quem, de uma forma ou de outra, faz de suas decisões na vida pessoal ou profissional um espelho dos subterfúgios da política de silêncio de um poder político empenhado em esconder os horrores de seu sistema repressivo.
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Referências
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Referências audiovisuais
CORPO. Rubens Rewald e Rossana Foglia, Brasil, 2007.
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